Unidades penais recebem festival internacional de teatro para promover humanização e reintegração social 13/11/2024 - 11:30
Os 602 custodiados da Cadeia Pública Hildebrando de Souza, da Penitenciária Estadual de Ponta Grossa - Unidade de Progressão (PEPG-UP) e da PEPG 1, participaram de uma exibição especial do Festival Nacional de Teatro Amador (Fenata). A ação contou com o apoio da Secretaria da Segurança Pública do Paraná e de instituições culturais locais.
A apresentação da peça "Você já passou por isso?", que integra a Mostra Especial do festival, foi realizada para o público masculino e feminino das unidades, que participaram ativamente da encenação, nos dias 6, 7, 8 e 11 de novembro.
Para o coordenador regional de Ponta Grossa, William Ribas, a ação faz parte de um esforço contínuo de humanização do sistema prisional, utilizando a arte como uma forma de resgatar a dignidade e incentivar a reflexão pessoal. "Levar o teatro para o interior das unidades tem um poder transformador. Essas apresentações nos ajudam a criar um ambiente mais reflexivo, favorecendo a reintegração dos detentos à sociedade", comentou.
A peça, de classificação indicativa livre, propõe uma reflexão sobre temas universais como superação, convivência e o impacto das experiências pessoais, utilizando o teatro como ferramenta de introspecção e diálogo. Fora dos palcos convencionais, as apresentações ocorreram em salas e galerias das unidades prisionais, levando arte e cultura para dentro do sistema, com o intuito de promover a reintegração social e emocional dos detentos.
“O Fenata sempre teve o objetivo de democratizar a arte, levando o teatro a lugares e pessoas que muitas vezes não têm acesso à cultura. O impacto dessas apresentações dentro das unidades prisionais é imensurável, pois, além de entreter, o teatro tem o poder de provocar uma reflexão profunda sobre as escolhas e as consequências na vida de cada um”, afirmou a psicóloga da Polícia Penal, Renata Frota.
Para o diretor de Assuntos Culturais da UEPG e coordenador geral do Fenata, professor Nelson Silva Junior, a participação nas unidades prisionais tem grande significado. "O Fenata, em sua 52ª edição, circulou por mais de 90 espaços diferentes, levando espetáculos aos mais diversos ambientes. E, além de levar o teatro para diversas comunidades, tem um significado especial por fazer parte de um processo de reintegração dessas pessoas. Foi emocionante ver o teatro chegando aos olhos e ouvidos daqueles que estão afastados do convívio social", concluiu.