Semana de Acolhimento: Polícia Penal investe na reintegração de monitorados em Cascavel 01/12/2023 - 13:34

A Polícia Penal do Paraná (PPPR), por meio do Complexo Social de Cascavel, no Oeste do estado, está realizando, desde a última segunda-feira (27), a semana de acolhimento para os 22 novos monitorados por tornozeleira eletrônica, que fazem parte do Projeto Trabalhando a Liberdade com Dignidade. Essa iniciativa, que se estende até a próxima sexta-feira (1º), engloba atividades de capacitação, orientação, palestras, momentos ecumênicos e outras ações direcionadas às pessoas privadas de liberdade (PPL), selecionadas para integrar o projeto.

Essa proposta, pioneira no Paraná e idealizada em Cascavel, é fruto de uma parceria entre o Complexo Social da cidade, o Poder Judiciário, por meio da Vara de Execuções Penais (VEP) e o Ministério Público do Paraná (MPPR).

O coordenador regional da PPPR em Cascavel, Thiago Correia, explica que o projeto é a concretização do tratamento penal oferecido às pessoas privadas de liberdade e aos egressos do sistema prisional. “O que estamos presenciando aqui é a ressocialização de fato. São pessoas que ingressaram no sistema prisional para cumprir suas penas e que hoje saem com mais uma oportunidade para demonstrar, por si mesmas e para toda a sociedade, que estão trilhando o caminho correto da ressocialização”, afirma.

O diretor do Complexo Social de Cascavel, Sérgio Vicente da Silva, explica que, atualmente, 92 pessoas privadas de liberdade participam da proposta. Todas estão sendo monitoradas por tornozeleira eletrônica, estão em prisão domiciliar e foram inseridas em canteiros de trabalho remunerados, seja na iniciativa pública ou privada. “Quando o judiciário e a promotoria autorizam o uso da tornozeleira nessas pessoas e as encaminham para o projeto, nós temos mais de 20 instituições conveniadas, empresas e secretarias municipais onde elas são inseridas para trabalhar”, ressalta.

Para a juíza de direito, Claudia Spinassi, o ‘Trabalhando a Liberdade com Dignidade’ é uma política pública com resultados efetivos. “Sair do sistema prisional e ser reintegrado à sociedade, tendo uma real oportunidade de trabalho é de um valor extremo, é a concretização real da ressocialização. Este é um projeto magnífico que merece todo nosso prestígio e respeito”, destaca.

O juiz da Vara de Execuções Penais, Paulo Damas, enfatiza que a proposta está alinhada com a Lei de Execução Penal ao contribuir para a redução dos índices de superlotação carcerária e reincidência. “Mostrar o caminho é crucial. Sem isso, a ressocialização, que é o principal objetivo da pena [resgatar a pessoa do erro], torna-se muito mais difícil. Ninguém está isento de cometer erros, mas este projeto auxilia as pessoas a não reincidirem no erro”, explica.

Os participantes do projeto expressam sua gratidão pela reintegração social proporcionada: “É uma oportunidade que vamos aproveitar para não cometer mais os erros do passado”, afirma um deles. Outro novo monitorado conclui: “Sair com um trabalho garantido é maravilhoso, uma bênção de Deus”.

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