Projeto de enfrentamento às drogas beneficia mulheres privadas de liberdade 12/04/2024 - 18:10

O Projeto Vida Nova, criado pelo Núcleo Estadual de Políticas Sobre Drogas (NEPSD) em parceria com a Polícia Penal do Paraná (PPPR), é uma das ações de destaque desenvolvidas no Centro de Integração Social (CIS). O objetivo é abordar de maneira integral e reflexiva a questão do uso e abuso de drogas lícitas e ilícitas, bem como o aliciamento pelo tráfico.

Com duração de quatro semanas, a segunda edição do projeto começa hoje (12) e terá a participação de 33 mulheres privadas de liberdade. A turma contará com uma variedade de atividades, incluindo palestras, rodas de conversa e formação de grupos de ajuda.

Uma das características marcantes da iniciativa é a condução dos debates por meio do método 12 passos da Pastoral da Sobriedade. Em cada semana serão debatidos e trabalhados três temas diferentes, preparando as mulheres para uma profunda e ampla reflexão desde os direitos das mulheres na política sobre drogas até estratégias de enfrentamento e prevenção.

No entanto, é essencial ressaltar que o projeto não tem qualquer cunho religioso, focando-se exclusivamente na espiritualidade de cada indivíduo.

O delegado de polícia e coordenador do Núcleo Estadual de Políticas Sobre Drogas (NEPSD), Renato Bastos Figueiroa, destaca que o principal objetivo é trabalhar a autoestima das mulheres: “Mais do que levar apenas informações sobre o tema central, nós queremos incentivar a autoestima das participantes, para que elas possam tomar decisões mais conscientes e saudáveis em relação ao seu próprio bem-estar, obtendo autonomia nas próprias escolhas e desviando-se da vida criminosa”.

A policial penal e assessora do NEPSD, Renata Himovski Torres, destaca que ao longo dos 12 passos, são apresentadas ferramentas para que as mulheres consigam refletir sobre o que as levou a estarem no ambiente de privação de liberdade e também a identificar futuras situações de risco. “O foco mesmo é em prepará-las ainda mais para a vida em liberdade, já que estão em fase final de cumprimento de pena”, explica Renata.

“A cada passo, a gente percebe uma mudança significativa no comportamento de cada uma delas. Conseguimos perceber na primeira turma, que elas começaram a repensar bastante até mesmo as atitudes de convívio e sociabilidade. Isso é muito importante para a saúde mental delas, já que elas estão em um ambiente compartilhado 24 horas por dia”, destaca a diretora do Centro de Integração Social (CIS), Marilu Katia da Costa.

A vice-diretora do CIS, Kassia de Quadros, compartilha a gratificação que sente ao contribuir para uma vida melhor no futuro das custodiadas da unidade: “Um dia elas retornarão à sociedade. A maioria delas são meninas que não tem o conhecimento e as oportunidades que a maioria de nós, então ver um projeto desse porte impactando positivamente na vida delas é ver o resultado do esforço que temos para tratá-las com individualidade e com dignidade”.

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