Programa de prevenção ao uso de drogas realiza atividades na Colônia Penal Industrial de Maringá 11/11/2024 - 15:20

A Colônia Penal Industrial de Maringá – Unidade de Progressão (CPIM-UP) foi a primeira unidade prisional a receber o programa Oficinas de Prevenção ao Uso de Drogas (OPUD), mantido pelo Conselho da Comunidade de Maringá. Focado na prevenção ao uso e abuso de drogas e na redução da reincidência criminal, o projeto iniciou suas atividades no final de agosto, e os resultados foram considerados positivos pela Polícia Penal do Paraná (PPPR). O programa agora se prepara para expandir suas edições para outras unidades penitenciárias.

O OPUD, que promove encontros quinzenais, concluiu oficialmente o primeiro ciclo de palestras na última quarta-feira (6). Durante o evento, os participantes compartilharam suas impressões sobre o impacto das atividades, e agora as instituições envolvidas irão realizar uma análise aprofundada dos resultados obtidos.

Um dos idealizadores do programa, o assistente social Rogério Ferreira Alves explicou que o programa existe em Maringá desde 2008, como resultado de uma parceria entre o Ministério Público e o departamento de psicologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Inicialmente, o atendimento era realizado de forma individualizada, com foco na abordagem do uso e abuso de substâncias psicoativas, principalmente as ilícitas.

Nos últimos anos, o programa foi ampliado, com o objetivo de alcançar pessoas privadas de liberdade. A Penitenciária Estadual de Maringá, a Casa de Custódia e a CPIM-UP foram as unidades escolhidas para implementar as atividades, com o apoio de diversas entidades ligadas ao sistema penitenciário. O OPUD complementa as ações do Judiciário, estendendo os encaminhamentos dos juizados especiais, varas criminais e da Vara de Execuções Penais (VEP).

Impacto e Participação dos Internos - O diretor regional da Polícia Penal em Maringá, Júlio César Vicente Franco, destacou a importância de projetos de recuperação e reintegração social nas unidades penais. "É necessário que cada interno compreenda a importância dessas iniciativas e se envolva nas oportunidades oferecidas", afirmou.

Desde o início das atividades, foram realizados seis encontros com foco na conscientização e na preparação dos internos para o retorno à sociedade. Embora o tema do uso de drogas seja recorrente para muitos apenados, o OPUD aborda a questão de maneira detalhada, com embasamento teórico e científico, proporcionando uma reflexão mais profunda sobre o assunto.

O diretor da CPIM-UP, Silvino Molina de Sousa, enfatizou que a dependência química é um dos principais fatores que levam à privação de liberdade. “Por isso, ela deve ser abordada de forma contínua, durante o cumprimento da pena, preparando o interno para um retorno mais seguro e estruturado à sociedade”, afirmou.

Testemunho de superação - No encerramento do ciclo, um ex-participante do OPUD, que cumpriu pena na Penitenciária Estadual de Maringá (PEM), compartilhou sua história de superação. Ele havia sido condenado por tráfico de drogas e, após o programa, conseguiu reconstruir sua vida. Hoje, casado, com filhos e netos, e proprietário de uma casa, dedica-se a ajudar outras pessoas que enfrentam os mesmos desafios que ele superou.

Seu depoimento comovente emocionou os presentes e ressaltou a importância dos programas de reintegração social dentro do sistema prisional. A história de recuperação reforçou o papel fundamental do OPUD na reintegração dos internos à sociedade, abrindo novas perspectivas e fortalecendo os vínculos sociais.

Perspectivas para o Futuro - A experiência positiva na CPIM-UP motivou os organizadores a expandir o projeto para outras unidades prisionais da região. Ruth Tesche, presidente do Conselho da Comunidade de Maringá, ressaltou a importância da adesão dos internos ao programa. “Foi muito importante que os internos aceitassem participar e permanecessem até o final. O sucesso desta iniciativa pode servir de exemplo para outros internos nas próximas edições”, afirmou.

Ela finalizou dizendo que, para alcançar uma transformação verdadeira, é essencial que os internos aprendam a se amar e a se tornar pessoas melhores, com o objetivo de contribuir positivamente para a sociedade.

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