Programa de Justiça Restaurativa: autoconhecimento e resolução de conflitos 24/01/2020 - 09:10

Autoconhecimento, tempo vivido, escolhas pessoais, traumas e perdas, dependência química e identificação e gerenciamento das emoções foram alguns dos temas abordados em encontros do projeto Círculos de Construção de Paz durante o ano de 2019. As reuniões, que devem ser retomadas na primeira semana de fevereiro, ocorrem na Penitenciária Feminina do Paraná e na Penitenciária Central do Estado - Unidade de Progressão (PCE-UP), ambas localizadas no Complexo Penitenciário de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba.

Desenvolvido com base no processo de Justiça Restaurativa, que visa solucionar conflitos por meio do autoconhecimento e orientados pela criatividade, o Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA) Doutor Mário Faraco promove reuniões mensais com presos de unidades do Complexo Penitenciário de Piraquara.

Na Penitenciária Feminina do Paraná (PFP), a metodologia é aplicada, desde 2018, às detentas que frequentam as séries iniciais do Ensino Fundamental. A cada encontro, que tem a intenção de mobilizar as educandas na construção de um projeto de vida, como forma de mudar o comportamento e elevar a auto-estima de cada uma das participantes delas. “Por serem ouvidas, elas se sentem mais respeitadas

Desde 2017, os encontros também estão sendo realizados na Penitenciária Central do Estado - Unidade de Progressão (PCE-UP). Na unidade, o primeiro tema abordado foi “A árvore da vida”. “Os presos tiveram a oprtunidade de expressar seus sentimentos, sonhos, expectativas de futuro, e sobretudo, uma avaliação profunda quanto à autoestima”, contou a diretora da PCE-UP, Cinthia Bernadelli Dias.

Quem coordena o trabalho nas duas unidades sãos as professoras das séries inciais do Ensino Fundamental, Denise Schirlo e Jane Cleide Alves Hir. De acordo com as docentes, os encontros buscam conscientizar os presos a respeito das influências externas e internas que formam a identidade de cada pessoa.

“Desta forma, a metodologia buscou favorecer que os participantes ficassem à vontade para expressar seus sentimentos, sonhos, valores, metas, expectativas de vida futura, a partir de rodadas de perguntas e respostas compartilhadas no círculo, tido como um lugar seguro para a construção do diálogo”, explicou Denise.

“A lição primeira do educador é saber encontrar o fio capaz de conectar o que nós, educadores, queremos partilhar com o que eles, educandos, também querem, mesmo que seja de forma inconsciente”, completou a docente Jane Cleide Alves Hir, que explicou que o ponto de partida do projeto é a ressignificação da Identidade Humana.

GALERIA DE IMAGENS