No Dia Internacional da Higiene Menstrual, comemorado em 28 de maio, a Polícia Penal do Paraná (PPPR), em parceria com o Coletivo Igualdade Menstrual, realizou atividades voltadas à saúde menstrual e higiene íntima em unidades prisionais femininas de Piraquara.

Na manhã desta terça-feira (28), 55 mulheres privadas de liberdade custodiadas no Centro de Integração Social (CIS) e 30 mulheres da Penitenciária Feminina do Paraná (PFP) participaram de uma roda de conversa sobre educação menstrual, saúde, sustentabilidade, economia, direitos e igualdade de gênero.

A atividade foi conduzida pelo Coletivo Igualdade Menstrual e contou com a presença de uma médica ginecologista, que esclareceu dúvidas das apenadas. Mais de 270 coletores menstruais foram doados às mulheres que manifestaram interesse pelo método alternativo aos absorventes tradicionais.

Além disso, após as dinâmicas e conversas, todas puderam participar de um momento descontraído com degustação do Café Coado na Calcinha, uma marca que incentiva a atuação feminina no mercado de trabalho e possui mulheres em todo o seu ciclo de produção.

A coordenadora estadual de políticas para as mulheres encarceradas, Juliana Heindyk Duarte, ressalta a importância de ações que não apenas incentivam a discussão sobre o tema, mas de fato promovem saúde íntima e educação menstrual para mulheres privadas de liberdade.

“Temos uma parceria com o Coletivo Igualdade Menstrual desde 2020, e nesse período, pudemos realizar diversas ações, palestras, rodas de conversa, distribuição de absorventes convencionais e de coletores menstruais, sendo uma ação inovadora dentro do sistema penitenciário brasileiro. Enquanto muito se fala sobre pobreza menstrual em outros estados, aqui no Paraná, falamos em dignidade e igualdade menstrual. Graças a essa parceria, todas as apenadas do nosso estado têm acesso aos coletores de silicone como alternativa aos absorventes convencionais e isso reflete a forma digna e humana como são tratadas”, destaca Juliana.

A diretora do Centro de Integração Social (CIS), Marilu Katia da Costa, reforça que a unidade é um local de oportunidades: "O CIS é mais do que uma unidade prisional. Nossa programação sempre foca no desenvolvimento integral da mulher e não somente em seu cumprimento de pena. É uma satisfação imensa receber voluntários que trazem temas tão importantes para essas mulheres privadas de liberdade".

Segundo a idealizadora e diretora do projeto, Adriana Bukowski Rebicki, já foram mais de 2 mil coletores menstruais doados ao sistema prisional do Paraná desde de 2020. Ela conta que neste ano usou a data importante para realizar a ação principal de doação: “Menstruar com dignidade é um direito humano e nenhuma pessoa que menstrua deveria sofrer mais por consequências da pobreza menstrual ou do tabu acerca do assunto. Neste ano, senti o desejo de utilizar essa data importante para levar ainda mais doações, educação menstrual, conversa e acolhimento para essas mulheres que muitas vezes são esquecidas e rejeitadas pela sociedade e suas famílias”.