Polícia Penal do Paraná participa de projeto nacional de controle de tráfego de drones 18/04/2024 - 18:30
A Polícia Penal do Paraná (PPPR), através da Divisão de Operações Aéreas (DOA), a convite do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), integra de forma permanente o grupo de trabalho do projeto BR-UTM (do inglês, Unmanned Traffic Management), que atua no desenvolvimento de um sistema de gerenciamento de tráfego aéreo não tripulado no Brasil. Este grupo de trabalho teve sua terceira reunião realizada entre os dias 15 e 18 deste mês, na sede do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), em São José dos Campos (SP) e foi dividida entre os painéis de Governança, Tecnologia e Operacional, refletindo a abrangência das discussões sobre a gestão do tráfego de aeronaves remotamente pilotadas (drones) no país. Atualmente, a PPPR tem participação nos grupos de Tecnologia e de Governança nestas reuniões.
O evento reuniu especialistas, representantes da indústria, autoridades governamentais e acadêmicas, além de organizações militares de outras forças. A cerimônia de abertura destacou a importância da cooperação entre os setores público e privado para promover a segurança e a inovação no espaço aéreo compartilhado.
Durante os quatro dias, os participantes revisaram os progressos alcançados desde a última reunião, realizada no ano passado e abordaram questões como regulamentação, tecnologia e integração de sistemas, além de estabelecer diretrizes claras que permitam o crescimento seguro e sustentável da indústria de drones no Brasil. As discussões abrangeram as tecnologias emergentes, como inteligência artificial e comunicação 5G, e como essas tecnologias podem ser aplicadas para aprimorar a gestão do tráfego aéreo de drones.
“Um sistema de gerenciamento de tráfego aéreo não tripulado pode desempenhar um papel importante na melhoria da segurança e na prevenção de atividades ilegais nas imediações das unidades penais, complementando os esforços de segurança já realizados pela PPPR e, assim, proporcionando uma camada adicional de proteção contra ameaças aéreas”, destaca o diretor-geral da Polícia Penal do Paraná, Reginaldo Peixoto.
No evento, o policial penal e chefe da Divisão de Operações Aéreas da PPPR, Vinicius Vieira Pedroso, ministrou palestra para a equipe de Tecnologia, no qual pôde expor as particularidades da segurança pública e necessidades específicas das operações do sistema penitenciário. “Nos sentimos muito honrados com esta participação, principalmente por termos sido chamados pela Força Aérea Brasileira (FAB) para um debate no sentido de contribuir para a criação de uma tecnologia para este tipo de controle do espaço aéreo. Tivemos um feedback muito positivo do coordenador do grupo de Tecnologia pois, até então, nenhuma outra força de segurança pública havia participado como colaborador do BR-UTM”, destaca.
Com o aumento do uso de drones tanto para recreação quanto para aplicações comerciais, é essencial ter um sistema que garanta a segurança do espaço aéreo. O gerenciamento ajudaria a evitar colisões entre aeronaves tripuladas e não tripuladas, bem como a coordenar o tráfego entre as próprias aeronaves remotamente pilotadas, além de ajudar na aplicação e no cumprimento das regulamentações relativas ao uso de drones, garantindo que os operadores sigam as leis e as restrições de voo.
Com a tecnologia de drones avançando a passos largos e o interesse em aplicações comerciais e de serviço público crescendo, o Projeto BR-UTM se destaca como uma iniciativa fundamental para moldar o futuro da aviação não tripulada no Brasil.
Projeto BR-UTM - O projeto desenvolve um ecossistema que possibilita, aos provedores de voos não tripulados, a informação sobre restrições e a gestão do uso de espaço aéreo por outros operadores e/ou entidades governamentais. De acordo com a Diretriz do Comando da Aeronáutica (DCA) 356-1 (Concepção Operacional UTM Nacional), o projeto visa desenvolver soluções inovadoras, por meio de parcerias público-privadas, para garantir a segurança e eficiência na utilização do espaço aéreo. O sistema também auxilia o acompanhamento de operações e fornece informações em tempo real sobre a situação de determinada área. Desta forma, o projeto BR-UTM fomenta a inovação, visando desenvolver soluções com segurança e eficiência no controle do espaço aéreo para os usuários e para a comunidade civil em geral.
Primeiro ensaio operacional – Entre os dias 1º e 4 deste mês, a equipe do Projeto BR-UTM realizou o primeiro ensaio operacional da iniciativa. O teste foi realizado em São Carlos (SP), com participação de algumas empresas parceiras, na área operacional destinada a ensaios de drones.
Este ensaio teve como objetivo testar a implementação de ecossistema desenvolvido pela equipe de especialistas do ICEA na gestão do UTM, conforme a Diretriz do Comando da Aeronáutica (DCA) 356-1 (Concepção Operacional UTM Nacional), bem como a maturidade das empresas em prover serviços de gerenciamento de tráfego aéreo não tripulado.
Com operações realizadas em diferentes cenários, foi possível coletar informações de conexão dos sistemas, parametrização com os equipamentos e telemetria de dados de voos concomitantes em tempo real. Um dos cenários testados foi a integração com o ATM (Air Traffic Management), na qual seis operações simultâneas de voo realizaram com sucesso o “desconflito” entre os espaços aéreos solicitados.
O evento também possibilitou validar a interação entre os sistemas de gerenciamento das empresas parceiras com o ecossistema UTM. Dados de segurança foram identificados e corroboraram para alcançar o objetivo esperado do projeto.