Uma iniciativa busca transformar a vida de apenados na cidade de Umuarama, no Noroeste do Paraná. Em uma parceria entre a Polícia Penal do Paraná (PPPR) e a Prefeitura Municipal foram firmados convênios que possibilitarão a contratação de até 150 pessoas privadas de liberdade em regime fechado e semiaberto. A medida visa proporcionar oportunidades de reintegração social e redução da reincidência criminal.

Dentre os apenados, 30 são do regime fechado, enquanto 120 estão sob monitoramento no regime semiaberto. A proposta é não apenas oferecer um emprego, mas também contribuir para a formação profissional desses indivíduos, promovendo sua reintegração à sociedade.

Além da oferta de trabalho, um dos convênios prevê a instalação de um espaço físico para a sede da Regional Administrativa da PPPR em Umuarama, que é responsável pela gestão de oito cadeias públicas, três penitenciárias, três complexos sociais e três postos avançados de monitoração, ampliando a presença e a atuação da PPPR na região.

“Temos sob nossa responsabilidade cerca de 3.600 apenados em regime fechado, mais de 1.600 pessoas em monitoramento (tornozeleira eletrônica) e cerca de 800 pessoas em penas alternativas apenas em Umuarama. Há ainda cerca de 2 mil pessoas em programas de reinserção social em toda a região”, disse o diretor regional da Polícia Penal em Umuarama, Arnobe Lemes dos Reis.

Sob a coordenação da assistente social Gisely Medina, o Complexo Social Regional atende cerca de 800 apenados em alternativas penais e regime aberto, respondendo diretamente às demandas do Judiciário e do Ministério Público para acompanhamento e fiscalização das penas.

Gisely destaca que mais de 50% dos apenados conseguem se reintegrar ao mercado de trabalho, segundo estudos diagnósticos. “Temos ótimos exemplos de ressocialização, e esse índice vem aumentando. É uma vitória do nosso trabalho afastar essas pessoas do crime”, afirma.

No regime semiaberto, cerca de 1.200 pessoas e suas famílias recebem apoio de uma equipe multidisciplinar, que facilita a inserção no mercado de trabalho por meio de convênios com órgãos públicos e privados. O suporte inclui qualificação profissional, acesso à educação (com a aplicação do Encceja e Enem) e inclusão em programas sociais do município.

Monitoramento - O Posto Avançado de Monitoração (PAM) atende cerca de 1.400 pessoas, garantindo a instalação e manutenção dos equipamentos de monitoramento e acompanhando incidentes junto ao Judiciário e ao Ministério Público para assegurar o cumprimento das penas.

Os setores que se destacam como principais parceiros na contratação de mão de obra de apenados na região incluem abatedouros de aves, indústrias de estofados e baterias automotivas, além de colaborações com a própria Prefeitura. Adicionalmente, a Agência do Trabalhador oferece diversos cursos de qualificação profissional, preparando esses trabalhadores para o mercado e facilitando encaminhamentos para vagas em empresas comerciais, indústrias e prestadores de serviços.