Polícia Penal do Paraná combate a violência contra crianças e adolescentes em mobilização nacional da Operação Hagnos 21/11/2024 - 18:29
A Polícia Penal do Paraná (PPPR) está mobilizada na Operação Hagnos, uma iniciativa coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. A ação, que ocorre entre os dias 1º e 29 de novembro, tem como objetivo central o enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes em todo o país.
Com foco em atividades repressivas, preventivas e educativas, a operação promove ações integradas entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, envolvendo diversos órgãos de segurança pública e entidades de apoio. A operação também marca o Dia Mundial da Criança, celebrado em 20 de novembro, reforçando a importância de proteger grupos vulneráveis.
“Essa mobilização nacional representa um chamado urgente para o enfrentamento da violência que afeta os mais vulneráveis de nossa sociedade. No Paraná, os policiais penais têm desempenhado um papel fundamental, implementando ações educativas e preventivas em parceria com diversos órgãos e entidades de apoio. Essas iniciativas se fazem presentes em escolas, comunidades e também no interior das unidades penais, com o objetivo de disseminar informações e conscientizar as famílias sobre a importância da denúncia e da proteção. Trata-se de uma luta que demanda união, e cada avanço conquistado é uma vitória na construção de um futuro mais seguro e acolhedor para nossas crianças e adolescentes. Que cada um de nós assuma o compromisso de ser um agente de transformação nesta nobre missão” destaca a diretora-geral da Polícia Penal do Paraná, Ananda Chalegre.
Para a coordenadora da operação no âmbito da PPPR, a policial penal Luciana Belinski, além de combater crimes e assegurar direitos, a operação foi marcada por momentos emocionantes de interação, em que crianças e adolescentes expressaram carinho e gratidão às equipes envolvidas. “Os gestos espontâneos, como abraços e desenhos, demonstraram o impacto positivo da iniciativa e reforçaram a importância de políticas públicas voltadas à proteção e cuidado da infância. A Operação Hagnos segue como exemplo de união entre segurança e afeto para transformar realidades e garantir um futuro mais seguro para os jovens”, enfatiza.
Atuação no Paraná - A PPPR tem realizado atividades em todas as suas nove regionais administrativas pelo Estado. Na regional administrativa de Curitiba foram realizadas duas ações: a primeira nos três dias de visita de crianças e adolescentes no Complexo Penitenciário de Piraquara, nas datas de 08, 09 e 10, com os policiais penais e integrantes da Igreja Batista conversando e entregando folhetos informativos a respeito do tema, atingindo um público aproximado de 520 crianças e adolescentes, além de 780 adultos. A segunda ação, nesta quinta-feira (21), na sala do Centro de Atenção ao Visitante (CAV) no acesso ao Complexo Penitenciário de Piraquara, os convidados Preciele Lemes e Willian Cristofoli, conselheiros tutelares de Piraquara, ministraram a polícias e técnicos da regional palestra sobre como identificar sinais de abuso e violência contra a criança e o adolescente, bem como os canais para medidas legais, além de disponibilizar material impresso com trabalho específico pensado para o trabalho prisional. O público-alvo nesta ação foi de 30 servidores das unidades penais e setores especializados de Piraquara que trabalham com visitantes.
No município de Quedas do Iguaçu, 590 adolescentes participaram de palestras e atividades educativas em dois colégios estaduais: Padre Sigismundo e Alto Recreio. Na cidade de Guarapuava, 305 crianças foram atendidas na Escola Municipal Dionísio Kloster Sampaio, e nesta quinta-feira (21), a operação contempla o Instituto Dom Bosco, beneficiando 100 adolescentes.
Para os próximos dias, muitas ações estão previstas: amanhã (22), uma palestra com participação de policiais penais para alunos do 7º ano no Colégio Estadual Marcelino Champagnat, em Londrina; ações no Colégio Estadual Jardim Santa Felicidade e na Escola Municipal Artur Sartori, em Cascavel; uma palestra no Colégio Cívico-Militar Professor Colares, em Ponta Grossa; Já na segunda-feira (25) uma blitz com a Secretaria de Políticas para as Mulheres em Guarapuava. Outras atividades serão realizadas até o fechamento da campanha, no dia 29.
O impacto alarmante da violência - Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024 revelam um cenário preocupante: em 2023, foram registrados 29.469 casos de maus-tratos contra crianças e adolescentes, além de uma média de 175 estupros diários contra meninas menores de 14 anos. Em 84,7% dos casos, os agressores são familiares ou pessoas conhecidas, como pais, padrastos, ou parentes próximos.
A violência contra crianças e adolescentes se manifesta de várias formas, como violência física (agressões corporais, castigos extremos); psicológica (ameaças, humilhações, isolamento); sexual (estupro, assédio, exploração sexual) e econômica (exploração do trabalho infantil). As consequências dessa violência são devastadoras, incluindo baixa autoestima, tendências suicidas, dificuldades de confiança, além de impactos físicos, como lesões e doenças sexualmente transmissíveis.
Prevenção e denúncia - A Operação Hagnos promove a conscientização com a distribuição de panfletos, palestras, oficinas e parcerias com entidades como o Conselho Tutelar, CRAS, CREAS e Secretarias de Saúde. Também reforça a importância de denunciar casos de violência por meio do Disque 100, Disque 181 ou diretamente às autoridades policiais.
Leis de proteção reforçam a luta contra a violência - A legislação brasileira assegura direitos fundamentais às crianças e adolescentes, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a Lei Menino Bernardo, que proíbe castigos físicos, e a Lei Henry Borel, que amplia penalidades contra violência doméstica infantil.
A Operação Hagnos evidencia a urgência de proteger crianças e adolescentes, promovendo um esforço conjunto entre governo, sociedade e órgãos de segurança. Com ações integradas e educação preventiva, busca-se não apenas combater a violência, mas também criar ambientes mais seguros e acolhedores para este público.
Quem testemunhar ou souber de casos de violência, deve denunciar. A proteção começa com a informação e o engajamento de todos.