Penitenciária de Londrina lança projeto para capacitar presos que estão próximos a liberdade e transformá-los em microempreendedores 13/05/2021 - 16:40

A Penitenciária Estadual de Londrina II (PEL2) lançou nesta semana o projeto Capacitar para Libertar, que tem por objetivo profissionalizar cerca de 100 presos que estão próximos a sair em liberdade para que possam abrir e gerenciar seu próprio negócio, aumento assim as chances de colocação no mercado de trabalho. Os cursos ofertados são de construção civil e eletricista.

A iniciativa é resultado de uma parceria entre o Departamento Penitenciário do Paraná e o Ministério Público do Trabalho (MPT) de Londrina, e conta com apoio do Senai, Sebrae, Faculdades Pitágoras e a Costa Rica Malhas. O projeto ainda é fiscalizado pelo juiz da Corregedoria dos Presídios de Londrina, Katsujo Nakadomari, e pelo promotor de Justiça do Paraná, Eduardo Diniz Neto. Ao todo, foram investidos cerca de R$ 600 mil, disponibilizados pelo MPT.  

“A intenção desse projeto é superar o preconceito, a idéia é que cada possa sair daqui como um microempresário, com condições reais de colocação no mercado de trabalho. Hoje, percebemos que o mercado para prestação de serviços está aquecido e oferece oportunidade para bons profissionais”, explicou o procurador do MPT e idealizador do projeto, Heiler Natali.

“Parabéns para Londrina que tomou à frente desse projeto que tenho certeza que será sucesso e exemplo para todo o sistema prisional do Estado”, afirmou a coordenadora administrativa do Depen, Irecilse Drongek, que participou do lançamento de forma remota.

O coordenador regional do Depen, Reginaldo Peixoto, falou de toda história de superação da unidade penal. “O sentimento hoje é de superação, tínhamos uma unidade penal completamente destruída por uma rebelião e, hoje, temos quase que a totalidade dos presos inseridos em atividades de ensino”, lembrou o coordenador.

“É uma satisfação participar da formação profissional desses alunos, da grandiosidade e importância desse projeto. Gostaríamos de agradecer pela oportunidade de formar mão de obra qualificada”, disse o coordenador de educação do Senai Londrina, Victor André da Cunha.

COMO FUNCIONA - Segundo o diretor da PEL2, Emerson das Chagas, os presos serão divididos em turmas de 35 alunos cada e o curso deverá ser realizado em três etapas. Entre os requisitos necessários para a participação esta proximidade do direito a progressão de regime, escolaridade mínima, bom comportamento, entre outros. Após o término do curso, os participantes serão colocados em liberdade monitorada ou receberão autorização de saída temporária para trabalho, ainda devem ser acompanhados pelo Conselho da Comunidade e Escritório Social.

“A idéia é não apenas oferecer a formação profissional de qualidade, mas também dar suporte para possam caminhar sozinhos após o cumprimento da pena. Para isso, na saída, eles também receberão as ferramentas necessárias para dar início a profissão, assim como, farão a abertura junto ao Sebrae do cadastro de Microempreendedor Individual (MEI)”, explicou.

Para a realização dos cursos a unidade penal reformou duas salas de aula – com recursos do fundo rotativo – que foram equipadas com projetor multimídia, laboratório de informática, lousas e ventiladores. Nos espaços também serão disponibilizados álcool em gel, máscaras e tapete sanitizante.

“Esse projeto é de fundamental importância para que essas pessoas que estão privadas de liberdade hoje possam voltar à sociedade com oportunidades reais de reintegração. Iniciativas como essa é que tornam nossa sociedade mais digna e justa”, afirmou o coordenador das unidades de progressão no Paraná, Ismael Meira.

CONCURSO – Um concurso de desenho foi realizado entre os presos para definir a logomarca do projeto Capacitar para Libertar. A premiação ocorreu junto com o lançamento. Os três primeiros colocados receberam medalhas e um curso online de Técnico Administrativo disponibilizado pelo Senai.

PRESENÇAS - Participaram do evento, que ocorreu de forma híbrida, com convidados presenciais e virtuais, o procurador do MPT e idealizador do projeto, Heiler Natali, o coordenador regional do Depen em Londrina, Reginaldo Peixoto, diretores das unidades penais de Londrina, o coordenador das unidades de progressão do Depen, Ismael Meira, a coordenadora administrativa do Depen, Irecilse Drongek, servidores da PEL2, demais parceiros do projeto e nove presos inseridos no projeto e no concurso de desenho.

 

 

 

 

 

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