Localizada em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), a Penitenciária Feminina do Paraná (PFP) inaugurou, nesta quarta-feira (28/10), o Espaço do Servidor. Nos ambientes, que antes abrigavam canteiro de trabalho das presas e depósito, agora há alojamentos, auditório, sala para reuniões, academia, refeitório e cozinha. A reforma tem o objetivo de tornar os espaços de trabalho dos profissionais do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen) muito mais dignos.

“Fiquei muito satisfeito com o trabalho desenvolvido na Penitenciária Feminina do Paraná, porque percebi que há uma gestão muito forte, voltada não somente às presas custodiadas na unidade, mas também aos servidores que atuam no local. Vi que há um trabalho”, destacou o secretário da Segurança Pública do Paraná, coronel Romulo Marinho Soares.

A reforma ainda contemplou a troca de grades, pintura da PFP e troca de placas de identificação, incluindo a fachada da unidade penal. Além de valorizar o trabalho dos servidores, as melhorias eram necessárias, também, por conta da idade do prédio, que foi construído ainda em 1970.

“O prédio estava muito defasado à nossa realidade hoje, que envolve educação, trabalho e um grande projeto de ressocialização de presos e de restauração das metodologias do Departamento. Hoje, a Penitenciária está muito bonita e de acordo com o que os servidores merecem trabalhar”, afirmou o diretor-geral do Depen, Francisco Caricati.

A partir de agora, os servidores que atuam nos plantões da Penitenciária tem locais adequados e dignos para descanso, alimentação e trabalho. “Eu fui agente, inspetora, chefe de segurança e sentia muito dessa deficiência do lugar. Não tínhamos um lugar adequado para comer, um banheiro adequado ou um lugar para descansar. Inaugurar este espaço é realmente muito importante, porque, com certeza, vai refletir na saúde das servidoras”, destacou a diretora da PFP, Alessandra Prado.

Dentre os setores, o espaço também contemplou uma sala devidamente equipada para o Circuito Fechado de TV (CFTV). ”Aqui, não tínhamos um CFTV que pudesse organizar todas as câmeras, agora, podemos ver facilmente a unidade toda”. O espaço amplo conta com quatro monitores, acoplados em conjunto e que permitem a visualização de todas as câmeras de segurança da PFP.

A REFORMA - Os espaços utilizados já existiam, porém, tinham outra serventia. “A reforma foi feita por etapas. “Primeiro, foi feita a mecanização das portas nas galerias, com a instalação de catracas e cabos de aço, objetivando a segurança dos agentes penitenciários”, contou Alessandra.

Também foram substituídas telas por muros e por grades de segurança. Com a unidade mais segura para o desenvolvimento do trabalho dos servidores, foi a vez de “criar” o Espaço do Servidor”.

“Para isso, primeiro passamos os canteiros de trabalho, que estavam alocados ali, para outro lugar, onde permitiu, inclusive, a ampliação no número de vagas. Depois, avaliamos o que havia no depósito e despachamos o que não teria mais serventia. Com os espaços liberados, iniciamos as obras”, contou a vice-diretora da PFP, Juliana Heindyk Duarte.

A mão de obra, segundo ela, foi praticamente toda prisional. “Fizemos uma parceria inédita com a Penitenciária Central do Estado - Unidade de Progressão (PCE-UP) que permitiu que empregássemos seis presos na reforma. Também colocamos seis detentas nossas para trabalhar nestes reparos. Todos eles recebendo benefícios para isso, como um valor em dinheiro, que vai para a poupança prisional e remição de pena”, explicou.

Após o evento, o secretário coronel Marinho e comitiva visitaram o restante da unidade penal e passaram pelos canteiros de trabalho.  “Vi aqui uma unidade modelo, com cerca de 80% das presas implantadas em setores de trabalho ou estudo, criando uma verdadeira perspectiva de vida fora daqui, já que têm oportunidades reais de trabalho. Precisamos mostrar a todos que é possível recuperar pessoas, torná-las melhores do que entraram, e a Penitenciária Feminina de Piraquara está no caminho certo”, enalteceu.

PFP - A Penitenciária Feminina do Paraná é uma unidade penal de segurança máxima destinada à custodiar mulheres privadas de liberdade no Paraná. O prédio, àquela época, era composto por dois pavilhões e uma galeria de mães. Hoje, conta com uma creche infantil, uma galeria materno-infantil, três shelters (presas do seguro) e quatro galerias.