Pela primeira vez, unidade penal recebe museu itinerante de animais taxidermizados 26/09/2019 - 18:20

Para complementar o ensino teórico das aulas, presos estudantes e servidores do Complexo Médico Penal (CMP) recebem, entre os dias 24 de setembro e 03 de outubro , 20 animais taxidermizados da fauna paranaense. A iniciativa faz parte das atividades educacionais desenvolvidas pelos profissionais do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos Dr. Mário Faraco (Ceebja), responsável pelo Setor de Estudos da unidade. É a primeira vez que o CMP recebe um projeto como este.

Com mais de 12 mil presos em projetos de desenvolvimento educacional, o Paraná é reconhecido nacionalmente como um dos estados que mais dá oportunidade de profissionalização aos seus custodiados. “Esta é uma das atividades que estamos desenvolvendo para ajudar na ressocialização e busca de conhecimento do preso”, afirmou o vice-diretor do Depen, Thorstein Ferraz.

O objetivo do projeto é, levar até o aluno privado de liberdade, a oportunidade de conhecer animais pertencentes à fauna paranaense, que estão taxidermizados (empalhados, como a técnica é conhecida popularmente) e em exposição permanente no Museu de História Natural. Tucanos, Gralha-Azul e o Lobo Guará são alguns exemplares da exposição.

Para o diretor da unidade, Samuel José da Silva Moreira, a iniciativa promove a ressocialização, oportunizando novos conhecimentos aos presos. “O projeto surgiu com a necessidade de dar a oportunidade aos presos conhecerem um museu natural, algo que muitos deles nunca tiveram acesso na vida, por isso a ideia de trazer o museu para dentro da unidade, garantindo conhecimento e experiência aos nossos custodiados”, explica.

O acervo está exposto no anfiteatro do CPM, em um ambiente já preparado e adequado para este fim, com representação de galhos e folhas. “Com esta exposição, os visitantes poderão conhecer as principais características destes animais, como habitat e alimentação.

A equipe pedagógica do Ceebeja Dr. Mário Faraco, ressalta que a ideia de levar um museu para dentro de uma unidade prisional, nasceu de um plano de trabalho dos professores que atuam na unidade, pensando em ações que envolvam não só os alunos, mas também os servidores. Foram priorizadas atividades que valorizem cooperação, diversidade, respeito, cidadania e a educação. Conforme a equipe, levar a temática da Educação Ambiental para o ambiente penitenciário é despertar nos alunos o respeito com o que é do outro, alteridade, cidadania e uso consciente dos recursos naturais.    

A exposição segue a próxima quinta-feira (03/10). “Outras atividades de incentivo ao estudo estão sendo planejadas. Inclusive, uma antropóloga vai oportunizar aos alunos o conhecimento sobre a história e as questões indígenas do Paraná ainda este mês”, afirmou o diretor do Complexo Médico Penal.

Segundo ele, o CMP possui mais de 180 presos em atividades educacionais, entre elas: ensino regular, ou seja, ensinos fundamental e médio. Alguns presos fazem atividades de remissão pela leitura e graduação e pós-graduação em modalidades de ensino à distância. A cada 12 horas de estudo ou , o detento pode remir um dia de pena e a cada 20 dias de leitura (cerca de 40h ou 2h médias por dia) + 8h de orientações com o professor para elaboração de resenha e reescrita dá direito a remir 4 dias de pena.

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