As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) específico para pessoas privadas de liberdade (PPL) e jovens sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade estão sendo realizadas nesta semana (terça-feira e quarta-feira) em todo o território nacional. Neste ano, o sistema prisional do Paraná teve 5.060 custodiados inscritos para o certame, o que representa um aumento de 22,5% em relação ao ano passado, quando foram 4.131 inscritos. Os números deste ano são ainda mais expressivos se comparados com o ano de 2022, quando foram registradas 2.799 inscrições.

As provas do Enem PPL têm o mesmo nível de dificuldade do Enem regular e a única diferença está na aplicação, que ocorre dentro de unidades prisionais e socioeducativas indicadas pelos estados. O exame avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica e, a partir de critérios utilizados pelo Ministério da Educação (MEC), permite o acesso ao ensino superior por meio de programas nacionais. O Enem PPL também contribui para elevar a escolaridade da população prisional. No Paraná cerca de 27% dos detentos estudam de maneira regular, com acompanhamento de equipes pedagógicas.

Aplicado dede 2010 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Enem PPL dispõe de parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio do Departamento de Polícia Penal.

As provas do Enem PPL são compostas por uma redação (com tema diferente da aplicação do Enem regular) e também por 180 questões objetivas de Linguagens e Códigos, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática. As notas deverão ser informadas aos participantes pelo responsável pedagógico das unidades penais.

“Um dos grandes investimentos realizados pela PPPR na administração de pessoas privadas de liberdade diz respeito à educação. Um dos fatores fundamentais para devolver este indivíduo ao meio social melhor e em melhores condições de contribuir com a sociedade é a capacitação escolar em todos os níveis necessários. O aumento na participação no Enem PPL neste ano demonstra a preocupação da PPPR no preparo adequado destas pessoas para a reinserção social”, destacou o diretor-adjunto da Polícia Penal do Paraná, Maurício Ferracini.

“O aumento nas inscrições se deve a um esforço conjunto entre a PPPR, a Secretaria de Estado da Segurança Pública, a Secretaria Estadual da Educação e demais parceiros, que têm trabalhado incansavelmente para ampliar o acesso às oportunidades educacionais no sistema prisional. A participação no Enem é uma porta aberta para novos horizontes, oferecendo aos custodiados a chance de dar continuidade aos estudos, ingressar no ensino superior ou até mesmo se qualificar para o mercado de trabalho. Investir na educação dentro das unidades prisionais é investir em um futuro mais seguro e inclusivo para toda a sociedade”, enfatizou o chefe da Divisão de Educação e Capacitação da PPPR, Blacito Sampaio.

Segundo o Inep, são esperados 97.016 candidatos na modalidade realizada por candidatos que estão em unidades prisionais em todo o País. Do total, 91,7% dos participantes são homens e 8,3%, mulheres. No que se refere à idade, o maior grupo possui entre 21 e 45 anos (46,2%). A faixa etária de 18 a 30 anos representa 41,6% dos participantes, seguida pelo grupo dos que possuem de 46 a 59 anos (9,6%). Maiores de 60 correspondem a 1,6% e menores de 18, a 0,9%. Mais de 1.300 atendimentos especializados foram deferidos. O Enem PPL deste ano está sendo realizado em 785 cidades de todos os estados.