Nova Cadeia Pública Feminina de Londrina intensifica trabalho e estudo 15/10/2020 - 18:18

O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Segurança Pública e do Departamento Penitenciário (Depen), inaugurou nesta quinta-feira (15) a Cadeia Pública Feminina de Londrina. Totalmente reestruturado, o novo espaço, localizado no antigo 3º Distrito Policial, conta com 176 vagas e espaços mais adequados para a custódia de mulheres presas da região norte do Paraná.

“Esse é o modelo que nos espelha, com presos estudando e trabalhando, para que a sociedade receba-os novamente, após o cumprimento da pena, muito melhor do que entraram”, destacou o secretário da Segurança Pública, Romulo Marinho Soares.

Além de ampliar o número de vagas em mais de quatro vezes, a reforma incluiu a implantação de locais adequados para atividades ecumênicas e de estudo e trabalho, além da reestruturação da sala de videochamadas e da farmácia. No entanto, além da estrutura física, a mudança também se deu no perfil da unidade prisional.

“Esse prédio já foi considerado um caos na cidade, inclusive com muitas rebeliões. Hoje, em contrapartida, é um prédio totalmente revitalizado, com canteiros laborais e um trabalho muito voltado à ressocialização das presas”, afirmou o diretor-geral do Depen, Francisco Caricati.

DIGNIDADE - O local já vinha sendo utilizado pelo Departamento Penitenciário para a custódia das presas. No momento, 20 delas trabalham para duas empresas conveniadas e, também, em setores de faxina, higienização e confecção de máscaras. Outras 60 desenvolvem atividades setor de artesanato do Projeto Recomeço e 71 participam do programa de remição pela leitura.

“Em fevereiro de 2019, neste local, nós tínhamos apenas 38 vagas, com duas presas implantadas na faxina e cerca de 40 na remição pela leitura. Hoje, temos uma realidade totalmente diferente. É uma unidade nova, com mais de 176 camas e 150 presas em programas de remição de pena, seja pelo estudo ou pelo trabalho”, destacou o coordenador regional do Depen em Londrina, Reginaldo Peixoto.

PROJETOS - A nova cadeia já aderiu a diversos projetos com o intuito de ressocializar as internas e prepará-las para a saída do sistema penal. Um deles é o Projeto Recomeço, que contempla a fabricação de peças em crochê, desenvolvido em parceria com o Conselho da Comunidade.

“Neste caso, o órgão atua na compra do material e na venda dos objetos prontos, o que o faz autossustentável”, explicou Peixoto. Além disso, elas também fabricam polvos, os quais são doados às UTIs neonatais da região.

O Cabide Solidário promove a arrecadação de roupas usadas para atender mulheres que saem do sistema penal, muitas vezes sem nenhuma peça. Foi também implantado o Marmita Zero, que prevê a redução da produção de lixo, com a mudança das embalagens de marmitas, que passam a ser servidas da cuba direto no prato da presa.

Uma das empresas que fecharam convênio com a nova unidade antes mesmo da inauguração oficial conta com um canteiro de trabalho ainda está em fase de implantação. Porém, nove internas já foram efetivadas. Além disso, detentas que participam do curso ofertado por eles recebem diploma de qualificação e carta de recomendação às presas.

PRESENÇAS – Também estiveram presentes na inauguração o subcomandante-geral da Polícia Militar, coronel Antônio Carlos de Morais; o coordenador regional do Depen em Maringá, Luciano Brito; o comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar (5º BPM), major Nelson Villa Junior; o delegado-chefe da 9ª Subdivisão Policial de Londrina, Adão Vagner Loureiro, e o assessor de segurança do Depen, Jonielson Fabrício. Também prestigiaram o evento empresários e outras autoridades da capital e da região.

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