Em adesão à Operação Átria, desenvolvida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) em todo o território nacional e que mobiliza diversas forças de segurança, visando o combate à violência contra a mulher em razão do gênero, a Polícia Penal do Paraná (PPPR) trouxe esta importante campanha para o âmbito do sistema prisional paranaense, realizando uma série de ações de conscientização e de reflexão, tanto para o público privado de liberdade e seus familiares, quanto para os servidores da instituição. As atividades foram realizadas em todo o decorrer do mês de março, o mês da mulher, mais especificamente entre os dias 5 e 27, nas nove regionais administrativas da PPPR distribuídas em todas as regiões do estado, no sentido de contribuir para uma transformação social.

Entre as ações desenvolvidas estavam palestras ministradas por residentes técnicos dos Complexos Sociais, distribuição de panfletos com informações sobre a campanha e também ações educativas em meio digital, elaboradas pela Escola de Formação e Aperfeiçoamento Penitenciário (Espen).

No total, a Operação Átria teve abrangência em unidades penais de 20 cidades paranaenses, com mobilização de 271 policiais penais, 71 panfletagens, 76 ações educativas em meios digitais e 107 palestras realizadas. Foram 7.293 pessoas alcançadas com as ações de panfletagem, além de 6.555 pessoas alcançadas com as palestras. Estas ações organizadas pelos Complexos Sociais levaram conhecimento e conscientização tanto para homens quanto para mulheres do sistema prisional.

Para o diretor-adjunto da Polícia Penal do Paraná, Maurício Ferracini, a Secretaria de Segurança Pública (SESP) do Paraná tem se caracterizado por integrar efetivamente todas as suas forças de segurança, alcançando, assim, números expressivos em quaisquer operações e não foi diferente no decorrer deste mês com as atividades da Operação Átria. Cada uma das forças policiais ligadas à SESP desenvolveu esta operação com focos distintos e todas elas lograram êxito. “A PPPR se organizou para fazer todo um trabalho de imagem e conscientização para seus servidores e aos apenados. Quando há união das forças de segurança em um trabalho em comum, toda a operação ganha outro patamar e eleva seu potencial”, enfatiza.

“A atuação dos Complexos Sociais na Operação Átria foi muito bem sucedida pois praticamente 20% da população carcerária foi atingida com as palestras, que são de altíssima qualidade, pensadas e planejadas dentro do que há de mais atual dentro da prevenção e combate à violência contra a mulher em razão do gênero. As residentes técnicas que planejaram e executaram essas palestras são profissionais que obtiveram formação recentemente e que pesquisam sobre o assunto, por conta disso tivemos um conteúdo objetivo, acessível e eficiente. Não tenho dúvidas de que isso vai gerar grandes mudanças de paradigmas nos encarcerados e que deverá refletir em suas famílias”, destaca o chefe da Divisão de Reintegração Social da Polícia Penal do Paraná, Rodrigo Fávaro.

Em âmbito nacional - Coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a Átria conta com a participação, por adesão, dos 26 estados e do Distrito Federal. O principal objetivo da operação é fomentar a integração das forças de segurança para atuação coordenada em âmbito nacional, aperfeiçoando a atuação estatal no cumprimento de prisões, apreensões, expedição de medidas protetivas de urgência e ações educativas de prevenção. A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), a Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência Contra Mulheres do Ministério das Mulheres (Senev/MM) e o Colégio de Coordenadores da Mulher em Situação de Violência Doméstica (Cocevid) também possuem atuação na operação.

Histórico - Em 2023, a Átria apurou 17.480 denúncias nos diversos canais municipais, estaduais e federais, e lavrou 6.702 prisões em flagrante. O número de mandados judiciais de prisão cumpridos chegou a 2.639 e a quantidade de medidas protetivas de urgência solicitadas no período foi de 37.965. Ao todo, as diligências relativas à operação ocorreram em 3.463 municípios, nas 27 unidades da Federação.

Ações simultâneas à Operação Átria no Mês da Mulher - Paralelamente à Operação Átria e também durante todo o decorrer do mês de março, várias ações destinadas ao público feminino foram realizadas pela Polícia Penal do Paraná nas unidades penais do estado, canteiros de trabalho com mão de obra de apenados e, também, com foco nas servidoras da PPPR. Ao público feminino privado de liberdade foram realizados dias de beleza e rodas de conversa com temas relacionados ao autoconhecimento, empoderamento feminino, entre outros temas importantes relacionados à mulher. Já para as policiais penais, a PPPR desenvolveu ações como cursos e capacitação, workshop e palestras.

Em Cascavel, no Oeste do estado, um evento alusivo ao Dia Internacional da Mulher foi realizado para servidoras da PPPR, trata-se de uma palestra ministrada pela jornalista Juliet Manfrin que teve como tema o empoderamento feminino e a equidade de valores. Mais de 70 servidoras participaram da ação, que contou com café da manhã, almoço, capacitação e cuidados de auto maquiagem.

Na cidade de Maringá, no Noroeste do estado, a data comemorativa ao Dia Internacional da Mulher foi celebrada com um workshop sobre condutas preventivas, em parceria com a Espen, que reuniu cerca de 50 servidoras. A ação foi ministrada por Danny Arouca, membro da Câmara Técnica de Defesa Pessoal da Polícia Militar do Paraná e atleta profissional, sendo oito vezes campeã brasileira, pentacampeã sul-americana e tricampeã mundial de jiu-jitsu.

Danny abordou condutas de prevenção à violência doméstica, o ciclo de relacionamento abusivo, como ajudar, como identificar, como não entrar e como sair. Já sobre as técnicas de defesa pessoal, houve aulas teóricas e práticas. Durante a palestra, de forma descontraída, Danny deu o próprio testemunho e respondeu às perguntas com paciência. Ela reforçou que foi uma satisfação contribuir com mulheres que trabalham com segurança pública e ajudar com técnicas de defesa pessoal.

Também na cidade de Maringá, uma ação foi realizada especificamente visando o combate à violência doméstica. Foram realizadas seis visitas e apresentações sobre o tema na Penitenciária Estadual de Maringá (PEM), ministradas pelas residentes técnicas do Complexo Social do município.

Já na cidade de Foz do Iguaçu, no extremo Oeste, uma série de atividades também marcou a data especial das mulheres e que envolveram tanto as policiais penais quando as mulheres privadas de liberdade. Palestras com a psicóloga Nazaré de Almeida e com fisioterapeuta pélvica Mônica Klein, uma roda de conversa com tema “os princípios da compaixão e do autoconhecimento”, uma apresentação do coral feminino da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além de um dia de beleza com a esteticista e consultora de beleza Daniele Anzolin foram realizadas.