Iniciativa privada oferece oportunidades de trabalho a detentos de Maringá 15/07/2016 - 14:30

Detentos da Colônia Penal Industrial de Maringá (CPIM) terão a oportunidade de reinserção no mercado de trabalho. As vagas – para trabalho em um frigorífico e para produção de material de leitura para pessoas com deficiência visual – são resultado de convênio firmado entre o Departamento de Execução Penal do Paraná (Depen) e empresas.

Pela primeira parceria, detentos que atualmente cumprem o regime semiaberto poderão ocupar 20 vagas em um frigorífico da cidade de Paiçandu, região noroeste do Estado, nas áreas de produção, manutenção e limpeza. Além de aumentar as chances de voltar a ser inserido no mercado de trabalho, a tarefa diminui o tempo total de pena a ser cumprido. 

“A oportunidade de trabalho, quando bem aproveitada pelo sentenciado, muda completamente a vida dele e de todos aqueles a sua volta. É importante que seja disponibilizado trabalho e estudo para que o índice de reincidência seja diminuído. Já o empresário que disponibiliza esse tipo de oportunidade colabora diretamente com o processo ressocializatório e, consequentemente, com a sociedade como um todo”, opina o diretor da Colônia Penal Industrial de Maringá (CPIM), Rafael Kawanishi.

PROJETO SOCIAL – A proposta de elaboração de materiais de estudo e leitura para pessoas com deficiência visual, pelo projeto “Visão de Liberdade”, é outro que está sendo ampliado na Colônia Penal Industrial de Maringá. 

Foram escolhidos detentos que já iniciaram esse projeto na Penitenciária Estadual de Maringá (PEM). Em torno de dez a 15 detentos vão elaborar material em braile, como a digitação e a gravação de audiolivro. A cada três dias de trabalho, é diminuído um dia da pena total do detento.

O diretor da unidade prisional ressalta que há, também, o reconhecimento de cunho social. “Os deficientes visuais vão até a CPIM para receber os livros, não só para retirarem o material, mas também parar conversa com os detentos que fizeram a produção. Isso faz com que eles sintam que estão fazendo o bem ao próximo”, diz ele.

O sprojetos são apoiados pelo Conselho Comunitário de Segurança, que fornece mobílias, iluminações e computadores.

CONSCIENTIZAÇÃO – Paralelamente às oportunidades de trabalho, na unidade prisional ocorrem palestras de conscientização aos detentos. No início deste mês de julho foi a vez do Comitê Municipal de Políticas sobre Drogas de Maringá (Comad) organizar um encontro que contou com a participação de 90 detentos e servidores.

Foram três palestras com profissionais de diversas áreas, debatendo questões como autoestima e os malefícios causados pelo uso de substâncias entorpecentes. “Eventos como este procuram demonstrar ao sentenciado que suas vidas durante e, principalmente, após o cárcere, podem ser diferentes. Que apesar dos erros cometidos, todos podem ter uma segunda chance desde que estejam dispostos a aceitar o desafio”, acredita o vice-diretor da unidade, Paulo Rafael Marques.

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