Fevereiro Vermelho: conheça as ações desenvolvidas pela Polícia Penal na luta contra o uso de drogas e o alcoolismo 28/02/2024 - 18:00
Durante todo este mês são realizadas campanhas do ‘Fevereiro Vermelho’ com objetivo de conscientizar a população sobre o mal que as drogas e o álcool causam, não só ao organismo do usuário, como também à sociedade como um todo. Ações como essas desempenham um papel crucial na promoção da saúde, prevenção de doenças, proteção da segurança pública e no apoio àqueles que enfrentam desafios relacionados a essas substâncias. No dia 20 de fevereiro, especificamente, é considerado o ‘Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo’.
No âmbito do sistema prisional paranaense, administrado pela Polícia Penal do Paraná (PPPR), as atividades desenvolvidas são efetivas durante todo o decorrer do ano com diversas ações realizadas de forma contínua a fim de levar conhecimento a pessoas privadas de liberdade (PPL) e também para os servidores do Departamento, objetivando auxiliar pessoas que estejam envolvidas com o mundo das drogas e do alcoolismo, levando o conhecimento necessário para uma mudança de mentalidade e de atitudes.
O diretor-adjunto da Polícia Penal do Paraná, Maurício Ferracini, reforça que ações de combate às drogas, álcool ou outros vícios, refletem o cuidado que uma instituição séria necessita ter com as pessoas. “Todas as instituições têm sua importância e são constituídas por pessoas. São as pessoas que fazem com que uma instituição se torne uma grande marca. O cuidado e a conscientização sobre problemas que envolvam as pessoas que pertencem a uma instituição devem ser consideradas por uma equipe gestora, portanto quando falamos de drogadição, alcoolismo ou qualquer outro tipo de vício que comprometa a qualidade de vida ou a qualidade profissional, é sempre um tema de preocupação e atenção por parte de uma instituição séria. Neste sentido, a Polícia Penal tem trabalhado e promovido ações contínuas de conscientização sobre esses graves problemas que atingem hoje a sociedade, as famílias e as pessoas, refletindo na qualidade do trabalho que uma empresa presta ao cidadão. É cuidando e acolhendo as pessoas que uma instituição mostra seu valor e desenvolve seu crescimento”, explica.
Projetos desenvolvidos pelos Complexos Sociais da PPPR, pelo Núcleo Estadual de Políticas Sobre Drogas (NEPSD) e pelo Núcleo de Atendimento à Pessoa em Monitoração Eletrônica (NUPEM), promovem atividades para conscientizar o público privado de liberdade, monitorados e egressos quanto a importância de se afastar dos vícios em drogas e álcool.
PRUMOS – O Programa Prumos oferece suporte à saúde mental dos servidores e familiares, os quais estão expostos a situações de violência, estresse e pressão e, por isso, precisam de acompanhamento adequado para o pleno desenvolvimento de suas atividades. O programa, que atende todo o Paraná, é desenvolvido pela Diretoria Estrutural da Secretaria da Segurança Pública do Paraná.
Quem pode ser atendido? Servidores ativos e aposentados da Polícia Penal, Militar, Civil, Científica e do Corpo de Bombeiros, além de seus dependentes. O acesso ao programa pode ser por iniciativa própria do servidor ou familiar, encaminhamento de profissionais da área de saúde, solicitação de instituições, solicitação de familiares ou colegas de equipe.
O PRUMOS atende nas cidades de Curitiba, Apucarana, Campo Mourão, Cascavel, Cornélio Procópio, Cruzeiro do Oeste, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Jacarezinho, Lapa, Londrina, Maringá, Paranaguá, Pato Branco, Ponta Grossa, Rolândia, Telêmaco Borba, Toledo, Umuarama e União da Vitória.
Complexos Sociais - O Complexos Sociais da Polícia Penal do Paraná desenvolvem ações de combate ao uso de drogas que são de extrema importância para promover a troca de conhecimento e conscientização. Um exemplo disso é realizado na unidade de Cascavel, no oeste do Estado, na qual através de uma parceria com a Secretaria Especial de Cidadania, da Proteção à Mulher e Políticas Sobre Drogas, o Complexo Social tem posto em prática o projeto “Promovendo Bem-Estar”, que leva palestras que abordam temas relevantes dentro desta temática do mundo das drogas. Algumas destas atividades contam com experiências e relatos pessoais de pessoas que se tornaram membros dos Narcóticos Anônimos.
“Quando se fala em ações preventivas no combate ao uso de drogas e álcool, o Complexo Social de Cascavel vem buscando parcerias através de desenvolvimento de palestras ministradas por pessoas qualificadas com conhecimentos nestas áreas, para que possam desenvolver ações voltadas aos egressos e monitorados para que eles tenham conscientização do mal que este vício pode causar, não só para eles, mas para seus familiares e a comunidade como um todo. O vício desencadeia algo muito prejudicial que propicia a eles voltarem para a criminalidade. Nosso trabalho visa conscientizá-los para que eles fiquem longe de situações semelhantes a essa. Quando necessário, nós também realizamos encaminhamentos destes indivíduos para tratamento”, destaca o diretor do Complexo Social de Cascavel, Sérgio Vicente.
Na cidade de Ponta Grossa, o Complexo Social desenvolve o Projeto Esperança do Amanhã, que conta com a participação do Ministério Público, Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPS-AD), Conselho da Comunidade e Residentes Técnicos do Complexo Social, que atende pessoas em prestação de serviços à comunidade e monitorados. Trata-se de uma medida educativa para pessoas com problemas com drogas e álcool. São 7 ciclos por ano com atendimentos, em média, para 20 pessoas, debatendo diversos assuntos voltados ao tema. Em 2023, o projeto contou com a participação de 136 pessoas.
NEPSD – No decorrer de todo o ano, são realizadas palestras e oficinas para vários públicos com a finalidade de trabalhar a prevenção às drogas lícitas e ilícitas. Quando identificada uma pessoa que manifeste o desejo de ser acolhida em comunidade terapêutica para tratamentos, o NEPSD faz a intermediação para viabilizar vagas sociais financiadas pelo Ministério de Segurança Pública e Justiça.
No ano de 2023 foram realizadas, em parceria com o PRUMOS, diversas palestras em Curitiba, Londrina e Maringá sobre dependência química e alcoolismo. Outras ações em parceria com o NUPEM de Curitiba levou ações de conscientização para a população carcerária, no qual foram efetivadas várias ações para encaminhamentos de muitos monitorados para acompanhamentos com o CAPS, comunidades terapêuticas ou grupos de ajuda mútua.
Projeto Vida Nova – Outra ação relacionada ao tema desenvolvido dentro da Polícia Penal do Paraná foi realizada no Centro de Integração Social (CIS), uma unidade penal feminina localizada no Complexo Penitenciário de Piraquara. A diretoria do CIS, em parceria com o Núcleo Estadual de Políticas Sobre Drogas (NEPSD), criaram o Projeto Vida Nova, que trata sobre os Direitos das Mulheres na Política Sobre Drogas, com foco no enfrentamento às drogas lícitas, ilícitas e ao aliciamento pelo tráfico.
Este projeto consiste em ofertar atividades, palestras e rodas de conversa que promovam a reflexão das mulheres sobre temas diversos conectados com o problema das drogas, promovendo também o diálogo e a reflexão sobre o uso e abuso de drogas, em consonância com o trabalho realizado pelo CIS e a demanda emergente de esforços intersetoriais para a superação dos problemas advindos do uso de substâncias para o público feminino.
Foram 12 encontros semanais, cada um com tema ligado ao assunto de prevenção às drogas. “Os temas abordados fazem parte de estratégias eficazes para promover a conscientização e mudança de comportamento destas mulheres em relação ao mundo das drogas. Através da oferta de vivências positivas, o projeto auxilia as participantes no desenvolvimento das habilidades e também na tomada de decisões mais assertivas em relação ao uso de entorpecentes e tantos outros desafios que possam enfrentar durante sua vida”, explica a diretora do CIS, Marilu Katia da Costa. A segunda edição do Projeto Vida Nova está prevista para ser realizada em março.
NUPEM – O Núcleo de Atendimento à Pessoa em Monitoração Eletrônica (NUPEM) realiza o acolhimento, atendimento e encaminhamento dos monitorados para a rede de proteção social e as políticas públicas existentes. “Atendemos os monitorados através de equipe multidisciplinar (serviço social, psicologia, direito e pedagogia). Entre nossas demandas temos a dependência química, que é um dos principais assuntos relacionados aos monitorados. O trabalho consiste em ações preventivas e encaminhamentos para tratamentos, sendo realizada articulação com a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), através dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), comunidades terapêuticas, grupos de ajuda mútuas ou Pastoral da Sobriedade, dependendo da situação individualizada dos monitorados. São centenas de encaminhamentos, não só para essa pauta das drogas, mas para trabalho, documentação, casos de vulnerabilidade social, CRAS, CREAS, Unidades Básicas de Saúde (UBS), entre muitos outros órgãos da rede, sempre na perspectiva de inclusão social”, explica a diretora do NUPEM, Rita Costa Naumann.
O NUPEM também tem uma campanha no meio do ano, chamada ‘Junho Paraná Sem Drogas’, na qual em parceria com o NEPSD, realiza ação de prevenção no Ceasa, onde dezenas de indivíduos monitorados com tornozeleira eletrônica que trabalham no banco de alimentos participam de palestras e atividades que conscientizam sobre as consequências do uso de drogas.