Em visitas técnicas, Polícia Penal do Paraná aprimora conhecimentos visando investir em tecnologias antidrones 07/03/2024 - 18:30
O policial penal e chefe da Divisão de Operações Aéreas (DOA), da Polícia Penal do Paraná (PPPR), Vinicius Vieira Pedroso, esteve no estado de São Paulo nesta quarta (6) e quinta-feira (7), acompanhado de outras forças de segurança do Paraná, para realizar visitas técnicas a uma empresa que produz aeronaves remotamente pilotadas, popularmente conhecidas como drones, ao Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e também ao Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Durante as visitas, as tecnologias foram apresentadas e cada uma das forças policiais para a devida análise sobre quais dispositivos servem para seu emprego e efetividade em suas áreas, para possíveis projetos de aquisições.
O objetivo dessas visitas, por parte da PPPR, é conhecer novos projetos, dispositivos e tecnologias antidrones, a fim de anular ou atenuar as ações de aeronaves que forem flagradas sobrevoando regiões próximas às unidades prisionais administradas pela Polícia Penal do Paraná. O departamento também visa ampliar seu número de aeronaves remotamente pilotadas, que hoje estão presentes e em pleno funcionamento, com visão termal e noturna, em todas as nove regionais administrativas da PPPR e em todos os estabelecimentos penais da regional administrativa de Curitiba.
“Atualmente, a utilização de drones é imprescindível no dia-a-dia das forças de segurança pública e a Polícia Penal do Paraná é referência neste quesito. No entanto, esses equipamentos também são utilizados por criminosos na tentativa de levar objetos ilícitos para dentro dos estabelecimentos prisionais. Diante disso, os investimentos em tecnologias e inovações são essenciais para o controle e eficácia no combate a este tipo de ação. A PPPR vem trabalhando na busca de conhecimento e na aquisição das tecnologias disponíveis no mercado, para o controle efetivo do espaço aéreo no entorno das unidades penais, respondendo de forma rápida, prática e efetiva a qualquer tentativa de aproximação ou acesso dessas aeronaves remotamente pilotadas”, explica o diretor de segurança penitenciária da PPPR, João Pulo Schlemper.
Além de conhecer as instalações da empresa que produz drones, em São José dos Campos, o policial penal foi até um campo de provas, na cidade de Pindamonhangaba, onde viu, na prática, alguns equipamentos em operação, como o Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT), aeronave de asa fixa, capaz de voar até uma distância de 200 quilômetros em relação ao operador, a uma velocidade aproximada de 100 km/h. Este tipo de equipamento contém câmeras de alto desempenho, com visão termal e noturna, capaz de realizar acompanhamentos de escoltas e varreduras em áreas extensas.
Outro equipamento que chamou bastante a atenção por sua utilidade no âmbito prisional foi um bloqueador de drones, que é composto por duas antenas: uma delas fica ativada de forma constante e localiza a ameaça (o drone) em 360º, identifica o dispositivo, aciona automaticamente a outra antena, que se vira na direção desta ameaça e dispara um feixe direcional para o bloqueio do sinal entre o drone e seu operador, além de criar um “domo”, capaz de bloquear este sinal em uma área de até 3 quilômetros, interrompendo a entrada da aeronave neste espaço. Já nas visitas aos órgãos da Força Aérea Brasileira foi possível conhecer um pouco mais sobre legislação e regulação do uso de drones no espaço aéreo do Brasil.
“O conhecimento adquirido nesta visitas técnicas é fundamental para que a gente possa aprimorar e ampliar o nível de segurança nas unidades penais paranaenses. Pudemos ver algumas ferramentas, como um radar que detecta a aproximação de drones hostis para a segurança dos complexos penitenciários, e que faz também o abate destas aeronaves. São equipamentos que a gente busca há algum tempo e nesta visita tivemos acesso a este tipo de tecnologia que, muito em breve, poderá ser utilizada pela Polícia Penal do Paraná”, enfatiza Vinicius Vieira Pedroso.
Mas, o que acontece quando a Polícia Penal intercepta e captura um drone nas imediações de um complexo penitenciário? Imediatamente, o equipamento é apreendido, levado para uma perícia e posteriormente encaminhado para abertura de inquérito pela Polícia Civil. A apreensão destas aeronaves colaboram, inclusive, com o sistema de inteligência da Polícia Penal, através das informações apuradas durante análise ao equipamento. Ações como essa fazem parte das atribuições do Grupo de Operações Aéreas Penitenciárias (GOAP), pertencente a DOA.