Em parceria com a Fanduca, Polícia Penal formou mais de 2 mil pessoas privadas de liberdade em cursos de qualificação 20/12/2023 - 17:21

A Polícia Penal do Paraná (PPPR), em parceria com a Faculdade Fanduca e apoio da Universal nos Presídios (UNP), realizou no último semestre a formação de 2.055 pessoas privadas de liberdade em diferentes cursos profissionalizantes. O projeto teve a participação de apenados de todas as regiões do estado e ofertou cursos de gestão de empresas, gestão de transporte, motorista de aplicativo, cuidador de idoso, bem-estar (área da beleza), assistente de farmácia, assistente jurídico, vendas, mídias sociais e construção civil. 

A solenidade oficial de formatura ocorreu na última sexta-feira (15) nas dependências do Centro de Integração Social (CIS), uma unidade de progressão feminina localizada no Complexo Penitenciário de Piraquara. O evento teve a participação de 92 mulheres privadas de liberdade que finalizaram os cursos, com o objetivo de representar a conclusão da formação em todo o Paraná.

Os cursos foram ofertados pela instituição Fanduca nas modalidades de ensino presencial (dentro do estabelecimento prisional) e a distância através dos telecentros (salas equipadas com computadores). As aulas foram ministradas por voluntários da Universal nos Presídios (UNP) e oferecem remição de pena aos estudantes.

O evento de formatura foi organizado de uma maneira totalmente humanizada, em que as apenadas estavam vestidas de beca e capelo, com uma mesa diretiva e tendas de exposição dos trabalhos manuais desenvolvidos nos canteiros laborais da unidade. Além disso, as mulheres foram surpreendidas com recados virtuais gravados por seus familiares, com o intuito de conectá-las com a família no momento da formatura.

A vice-diretora do Centro de Integração Social (CIS), Kassia de Quadros, destaca que enxergou durante todo o período de estudo o esforço e a vontade das apenadas em querer novas oportunidades: “Para nós é um motivo de muita alegria ver essas mulheres sedentas por apredizado e mudanças de vida, é o que faz o nosso trabalho valer tanto a pena. Hoje é um dia em que não só elas se sentem orgulhosas de si mesmas, mas que nós que fazemos parte de toda a administração da unidade também ficamos muito felizes, satisfeitos e orgulhosos”.

O diretor-geral da Fanduca, Adriano Valotto, explica que os certificados de conclusão são validados pelo Ministério da Educação e dão a oportunidade dos apenados poderem competir no mercado de trabalho ao saírem do cárcere.

“Já são três anos de execução desse projeto no estado do Paraná, em que realizamos semestralmente vários programas de formação profissional. Ao todo, já formamos mais de dez mil pessoas privadas de liberdade em cursos profissionalizantes ofertados pela Fanduca. E além dos cursos livres, nosso convênio também prevê a formação a nível de graduação, nos cursos de pedagogia e assistente social”, complementa.

Uma das mulheres privadas de liberdade do CIS que participou da formação compartilha que quando chegou na unidade estava sem nenhuma projeção de vida: “Eu cheguei no CIS desacreditada, sem sonhos nem desejos para a minha vida futura. E penso que assim como eu, muitas outras mulheres também se sentiam do mesmo jeito. Mas aqui viram uma mudança em mim e me deram credibilidade, oportunizando o aprendizado e me mostrando os diversos caminhos que eu posso seguir para realizar tudo que eu queira planejar para a minha vida. E o principal caminho se chama educação. A todos que apostam na nossa ressocialização, eu afirmo que esse é um projeto que já deu certo e que nos fará pessoas dignas de respeito por toda a sociedade”.

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