Nesta quinta-feira (12), 31 pessoas privadas de liberdade da Cadeia Pública de Irati receberam certificados e kits com produtos doados por empresários e servidores da Unicentro, após participarem de uma competição realizada na unidade penal. Os apenados produziram textos e resenhas sobre livros lidos ao longo do ano, como parte de uma atividade educacional. A ação teve como objetivo encerrar o ano letivo e celebrar as atividades realizadas com os privados de liberdade por meio dos projetos de remição de pena de caráter educacional. A cerimônia também contou com a participação de representantes da Federação dos Conselhos da Comunidade do Estado do Paraná (Feccompar), além dos Conselhos da Comunidade de Irati e Imbituva. 

Uma banca avaliadora composta por professores do Departamento de Letras (Delet) e da Pró-Reitoria de Ensino (Proen) da Unicentro selecionou os cinco melhores textos, considerando as atividades educacionais realizadas na unidade prisional. As produções foram divididas em duas categorias: “Pedagogia da Inclusão: Letramento e Escrita”, voltada aos alunos das aulas de alfabetização, e “Liberdade pela Leitura”, dedicada à produção de resenhas sobre livros lidos durante o ano. 

 “O projeto de leitura tem trazido grandes avanços para nossa unidade. Os apenados estão cada vez mais motivados, desenvolvendo habilidades de escrita e pensamento crítico. Muitos, que antes sequer sabiam escrever o próprio nome, agora já conseguem fazê-lo e até criar poemas, aprendendo sobre rima e estrofe por meio da leitura e do apoio oferecido nas aulas, realizadas todas as quintas-feiras”, destaca o gestor da Cadeia Pública de Irati, Evandro César dos Anjos. 

 Inicialmente, alguns demonstravam pouco interesse, mas, ao verem os colegas progredindo na leitura e na escrita, mudaram de opinião e decidiram participar. “O número de envolvidos no projeto tem crescido continuamente. Além disso, percebo mudanças positivas na forma como articulam suas ideias e no comportamento geral dentro da unidade”, acrescenta o gestor. 

 “Ao estimular a criatividade e a comunicação, essa ação contribui para a formação de uma cultura de paz e respeito, permitindo que os participantes compartilhem suas histórias e aprendizados”, afirma Bruna Faustino Padilha Mendes, assistente social do Conselho da Comunidade de Irati. 

A iniciativa simboliza um marco significativo na promoção da educação no sistema prisional, destacando o poder transformador da literatura na vida das pessoas. É uma demonstração da força das palavras e da capacidade de renovação, reforçando que todos têm o direito de sonhar e expressar sua criatividade, independentemente de suas circunstâncias.