Custodiados de Maringá ganham certificado de Operador de Computadores 17/10/2023 - 09:10
A Polícia Penal do Paraná (PPPR), em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (SEED), visa sempre preparar as pessoas privadas de liberdade para que tenham profissão quando retornarem ao convívio social após o cumprimento de pena.
Na semana passada, um grupo de 14 apenados da Colônia Penal Industrial de Maringá (CPIM) se formou em mais um curso profissionalizante, de Operador de Computador. A formação contou com 160 horas de aulas teóricas e práticas, e os alunos aprenderam desde a manipulação de computadores, até como usar ferramentas do Pacote Office.
Para o coordenador da regional de Maringá da Polícia Penal, Júlio César Vicente Franco, a iniciativa de promover a capacitação profissional prepara os custodiados para um dos momentos mais importantes de suas vidas.
“Uma das preocupações de quem está preso há muito tempo é de como viverá quando ganhar o direito de retornar à sociedade. Como sabe o quanto é difícil conseguir bons empregos, o recluso sofre, vive preocupado porque sabe de suas dificuldades sem profissão definida para disputar vagas com pessoas que estão fora da prisão e sempre com um bom preparo profissional. Esses cursos dão ao custodiado a confiança necessária para chegar de cabeça alta à porta do empregador”, explica.
A pedagoga da unidade, Ivanir Jolio diz que o curso foi muito aguardado e lembrou que foi feita uma força-tarefa que envolveu várias pessoas para que de fato o curso ocorresse: “É gratificante termos esse curso pela primeira vez na unidade. Toda a equipe ficou feliz por oferecer algo diferente do que ofertamos até então. Os alunos estão de parabéns”.
O vice-diretor da unidade prisional, Vitor Tadeu Scaramella, lembrou que não havia nem computadores disponíveis para ofertar o curso, mas a direção conseguiu 10 máquinas emprestadas: “Nós começamos um curso de Operador de Computador que não tinha nem computadores e hoje já temos as máquinas que foram doadas para a CPIM. Temos também um telecentro que nos permitirá oferecer novos cursos para os nossos custodiados".
Scaramella disse ainda que viabilizar esse curso foi muito “suado” e espera que os custodiados levem isso como aprendizado e passem aos demais internos: “Que isso sirva de motivação para vocês e para os colegas, pois esse certificado vai abrir portas para o mercado de trabalho”.
O professor André Alécio Pereira ressalta que foi um desafio muito gratificante realizar o treinamento: “Foi surpreendente o empenho dos alunos e a facilidade em aprender. Todos eles estão de parabéns”, finaliza.
Um dos alunos, que também tem participado de outros programas oferecidos pela Polícia Penal do Paraná, compartilha sua experiência: “Confesso que viemos mais pela remição de pena, mas foi surpreendente como aprendemos. Foi muito proveitoso. Fomos os escolhidos e damos valor à oportunidade que tivemos. Vamos levar esse curso para a vida”.
Outro apenado diz que foi uma excelente oportunidade esse curso de operador de computador e que se sentiu acolhido pelo professor de um jeito que nunca tinha visto no sistema prisional: “Venho aqui agradecer ao professor André por nunca ter desistido da gente”.