Curso de meditação transcendental visa benefícios individuais e coletivos para apenados de Jandaia do Sul 07/06/2024 - 16:20

Em uma iniciativa da Cadeia Pública de Jandaia do Sul, na região norte do Paraná, em parceria com o Museu Dinâmico Interdisciplinar da Universidade Estadual de Maringá (Mudi/UEM), promoveu o primeiro módulo de um curso de meditação transcendental voltado ao bem-estar e à reabilitação de seus custodiados. A primeira semana intensiva de formação, que teve início no dia 3 de junho, contemplou 60 pessoas privadas de liberdade, oferecendo uma oportunidade única de aprendizado e desenvolvimento pessoal.

O projeto, que visa capacitar os custodiados na prática da meditação e formar um grupo permanente de meditantes, além de avaliar os benefícios da prática, foi lançado com o apoio do juiz Fábio Bergamin Capela, da Vara de Execução Penal de Maringá, e da promotora de Justiça, Valéria Seyr. Ambos autorizaram e oficializaram a iniciativa por meio da Portaria Conjunta nº 01/2024 intitulada “Respirando Liberdade e Remição pela Meditação”.

De acordo com a Portaria, os apenados que participarem do projeto terão direito à remição do tempo de reclusão. As 190 horas de prática meditativa previstas no projeto resultarão na redução de 16 dias das penas dos participantes.

A meditação transcendental, implementada em diversas instituições penitenciárias ao redor do mundo, tem demonstrado uma série de benefícios específicos para pessoas privadas de liberdade. O gestor da Cadeia Pública de Jandaia do Sul, Laércio Nora Ribeiro Filho, que também é praticante e idealizador do projeto, destacou os múltiplos benefícios da prática, incluindo a redução do estresse e da ansiedade, controle da raiva e da agressividade, melhora da saúde mental, aprimoramento do bem-estar geral, reintegração social e, principalmente, melhora no comportamento dos custodiados. “Instituições que implementaram programas de meditação relataram uma diminuição nos incidentes de comportamento problemático e disciplinar entre os apenados, resultando em um ambiente mais seguro e tranquilo tanto para os internos quanto para o pessoal que trabalha no sistema penal”, explica.

Prática e Formação - O primeiro dia da ação contou com a presença da assistente social da UEM, Helena Maria Ramos dos Santos; do professor de meditação, Nicolas Geraldi, do Rio de Janeiro; do professor e membro da Associação Internacional de Meditação, Gustavo Cerna Herrera; além do coordenador do Mudi, Celso Conegero. Os internos receberam instruções para duas sessões diárias de meditação, cada uma com duração de 30 minutos.

Após a primeira semana de formação, os novos meditantes continuarão com a prática diariamente durante seis meses. Todos os dias, pela manhã e à tarde, eles serão retirados de suas celas pelos policiais penais para meditar no pátio.

O curso de meditação é coordenado por Celso Conegero e integra o projeto de extensão “Terapias Alternativas para o Desenvolvimento e Bem-Estar Individual e Coletivo”, do Mudi. “Dentro desse projeto, vamos desenvolver várias ações. Atualmente, nosso carro-chefe é a meditação, mas, em breve, promoveremos outras iniciativas”, destaca Conegero.

Depoimento - Um dos participantes do projeto compartilhou sua experiência: “A meditação me ajudou a encontrar paz e clareza mental, algo que eu nunca imaginei ser possível dentro da cadeia. Esses momentos de tranquilidade me permitiram refletir sobre minha vida e minhas escolhas. Estou muito grato por essa oportunidade e espero continuar praticando, mesmo depois de sair daqui”, disse.

A expectativa é de que o sucesso deste primeiro módulo incentive a continuidade e expansão do projeto para outras unidades prisionais da região, reforçando a importância de iniciativas que promovam o bem-estar mental e emocional no sistema penitenciário.

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    Foto: Polícia Penal do Paraná

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