Curso de bolachas de Páscoa qualifica apenados em Cascavel e reforça reintegração social 14/04/2025 - 12:43

Nos dias 10 e 11 de abril, a Penitenciária Industrial Marcelo Pinheiro – Unidade de Progressão (PIMP-UP), em Cascavel, promoveu um curso de qualificação em confeitaria com foco na produção e decoração de bolachas de Páscoa. A capacitação contou com a participação de 12 pessoas privadas de liberdade e teve carga horária total de 16 horas, divididas entre teoria e prática.

A iniciativa foi financiada pelo Conselho da Comunidade de Cascavel e conduzida pela equipe pedagógica do Projeto Educar para o Futuro, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), responsável também pela certificação dos apenados. As aulas foram ministradas por uma confeiteira especializada, que orientou os participantes desde o preparo e manuseio dos insumos até a aplicação de técnicas de pintura artística com glacê real.

O diretor da unidade, Rafael Marcante, reforça o compromisso da penitenciária com a educação e a reintegração social: “Precisamos destacar a importância dos cursos de qualificação profissional para as pessoas privadas de liberdade. Esta é uma das principais frentes de atuação da Penitenciária Industrial Marcelo Pinheiro – Unidade de Progressão: investir em ações de reintegração social por meio da educação e da capacitação. Acreditamos que oferecer uma nova oportunidade é o primeiro passo para transformar vidas”.

Além do aprendizado culinário, a temática pascal serviu de inspiração para que os apenados confeccionassem bolachas criativas e decoradas. Ao todo, foram produzidas 1.000 unidades que serão doadas a crianças em situação de vulnerabilidade social, ampliando o alcance social do projeto.

O presidente do Conselho da Comunidade de Cascavel, Jair Dutra, destaca a relevância de investir em qualificação para pessoas privadas de liberdade:

“Quando uma pessoa em cumprimento de pena tem acesso a uma formação, ela encontra um caminho para reconstruir sua história com dignidade. Isso só é possível graças às parcerias que estabelecemos e ao direcionamento correto dos recursos que recebemos. Nosso foco é preparar essas pessoas para o retorno ao convívio social e ao mercado de trabalho, oferecendo não apenas qualificação técnica, mas também esperança”.

“O objetivo é que eles aprendam a manusear todos os insumos e utensílios que usamos na receita da bolacha amanteigada. Eles precisam saber preparar a receita corretamente, conhecer a temperatura ideal do forno e da massa, a espessura da bolacha e o tempo de preparo. Tudo é um processo. Além disso, aprenderam técnicas de decoração com glacê, o que agrega valor ao produto por se tratar de um trabalho artístico e manual, podendo ser uma oportunidade real de renda no pós-cárcere”, disse a professora Rosane Ciszevski Lenz, confeiteira que ministrou o curso.

Um dos participantes do curso também compartilhou sua visão sobre a importância da qualificação: “O conhecimento é sempre o que vamos carregar para o resto da vida. Dentro da unidade, a cada curso, a cada qualificação, adquirimos mais aprendizado e vamos levar isso daqui para a rua. Isso é o que fará a diferença para termos uma vida digna, seguindo o caminho correto e tendo a oportunidade de empreender”.

Além disso, os apenados que participaram do curso ainda serão beneficiados com a remição de pena: a cada 12 horas de curso concluídas, um dia a menos na pena é computado, conforme estabelece a legislação penal vigente.

 

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