Curso de Justiça Restaurativa capacita servidores da Polícia Penal do Paraná 22/02/2023 - 14:39

O auditório da sede da Polícia Penal do Paraná (PPPR), em Curitiba, foi palco do Curso de Formadores em Justiça Restaurativa, promovido em parceria com a Escola de Formação e Aperfeiçoamento Penitenciário (Espen).

A formação foi pensada para servidores que atuam nas áreas de assistência às Unidades de Progressão (UP) e de atenção ao egresso da regional de Curitiba, como policiais penais, assistentes sociais, psicólogos, pedagogas, professoras e assessores administrativos.

O objetivo da capacitação, que ocorreu entre os dias 14 e 17 de fevereiro, foi capacitar os servidores que estão em contato direto com o tratamento penal sobre a abordagem da Justiça Restaurativa (JR), facilitando a criação de estratégias alinhadas desde o administrativo até o atendimento operacional às pessoas privadas de liberdade (PPL).

O diretor-geral da Polícia Penal do Paraná, Osvaldo Messias Machado, ressalta que o sistema prisional não deve resumir-se a um ambiente de cumprimento de pena, mas que precisa focar também na recuperação de pessoas.

 

“O cárcere deve ser um sistema de transformação, devolvendo à sociedade indivíduos melhores de quando entraram. A abordagem da Justiça Restaurativa é uma ferramenta que corrobora com esse trabalho através da mudança da cultura corporativa do policial penal, mostrando a importância do processo da restauração do indivíduo”, explica.

 

A Justiça Restaurativa é uma prática que tem como foco a resolução de conflitos e contenção dos danos causados a partir deles de uma forma mais humanizada. No sistema penitenciário, ela propõe substituir a coerção como forma de resposta ao conflito por um tratamento humanitário e justo aos apenados. 

Na prática e seguindo a proposta do curso, ela atua diretamente na transformação da conduta do policial penal, modificando sua linguagem e postura para que o tratamento que ele dispensa às PPLs impacte no conjunto de ações do sistema penal, de modo a se tornar um auxílio para a transformação da conduta do apenado.

O curso visa a compreensão dos fundamentos teórico-metodológicos da JR e da comunicação não-violenta, além da relação dessas abordagens com as assistências do sistema prisional previstas na Lei de Execução Penal (LEP).

 

“A capacitação dos referidos profissionais é de suma importância para que as metas propostas, tanto pela comissão técnica quanto pelas próprias UPs sejam atingidas com êxito, ou seja, atendendo o que é previsto na LEP, com a metodologia e referência técnica proposta pelo Conselho Nacional de Justiça”, esclarece a integrante da Diretoria de Tratamento Penal, Irecilse Drongek.

 

A psicóloga especialista em Modalidades de Tratamento Penal e Gestão Penitenciária, Cintia Helena dos Santos, foi quem ministrou as aulas. Para ela, quanto mais os conceitos de JR forem conhecidos na instituição, melhor será o desenvolvimento de estratégias efetivas para dar devida assistência aos apenados e contribuição com a segurança pública.

 

“A Polícia Penal é uma força de segurança que tem atividades muito particulares, por se tratar da custódia de pessoas privadas de liberdade garantindo todos os seus direitos legais. Por isso, o maior desafio desse trabalho é ter a implementação de ferramentas tanto teóricas quanto práticas para atingir esse objetivo”, compartilha.

 

A Polícia Penal do Paraná, em conjunto com a Escola de Formação e Aperfeiçoamento Penitenciário, afirma que há planos do Curso de Formadores em Justiça Restaurativa expandir-se futuramente para os servidores de todas as outras áreas da instituição.

 

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