Com foco na saúde da mulher, Polícia Penal promove ações de prevenção ao câncer de mama 27/10/2023 - 15:26
A Polícia Penal do Paraná (PPPR) realizou mais três ações alusivas ao Outubro Rosa nesta quarta-feira (25) em suas regionais administrativas de Maringá, no Noroeste do Estado, e de Francisco Beltrão, no Sudoeste. Neste mês são intensificadas ações de prevenção ao câncer de mama e a campanha também visa divulgar informações sobre a doença, além de fortalecer as recomendações do Ministério da Saúde para diagnóstico precoce e rastreamento do câncer. O objetivo é contribuir para a redução da incidência e da mortalidade em razão da doença. Estas ações realizadas pela PPPR têm como objetivo o cuidado com a saúde das servidoras e também das mulheres em situação de privação de liberdade.
Em todo o mundo, o câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres, tanto em países em desenvolvimento quando em países desenvolvidos, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Conforme o instituto, foram estimados 73,6 mil casos novos de câncer de mama no Brasil neste ano de 2023, com um risco estimado de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres.
Para o diretor adjunto da Polícia Penal do Paraná, Maurício Ferracini, estas ações promovidas pelo Departamento enfocam os cuidados com a saúde física e mental das mulheres que atuam profissionalmente no sistema prisional e também das que estão em privação de liberdade. “No mês de outubro, mês de alusão ao Outubro Rosa, a PPPR atua em dois caminhos muito bem definidos: o primeiro deles é de atenção à saúde física e mental de nossas servidoras e o segundo é relacionado à mulher encarcerada. Estes trabalhos acontecem em todas as nossas nove regionais administrativas, que envolvem palestras, exames e reflexões sobre a importância da mulher e os cuidados específicos que demandam nossas servidoras e também as mulheres privadas de liberdade”, destaca.
Em Maringá - A regional administrativa da PPPR em Maringá reservou este dia para um evento ao ar livre, num local especialmente preparado para receber as mulheres das unidades penais, incluindo servidoras do Complexo Penitenciário e Cadeias Públicas, policiais penais, assistentes e técnicas administrativas, monitoras de ressocialização, estagiárias, entre outras. Com o objetivo de esclarecer os principais pontos de prevenção e conscientização sobre o câncer de mama, foi convidado o médico ginecologista Mário Saffi, que falou sobre a origem do Outubro Rosa e rastreamento da doença.
De acordo com o médico, o Outubro Rosa começou na década de 1990, nos Estados Unidos, com o intuito de alertar as mulheres sobre a importância da prevenção e o rastreamento precoce. “Já no Brasil chegou, de forma discreta, em 2008. Em 2010, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) tomou à frente e começou fazer manifestações mais abrangentes”, disse Saffi.
O profissional explicou ainda sobre os fatores de risco. O principal é ser mulher. Outro fator é a idade. A partir dos 50 anos, a prevalência aumenta. “Os fatos de a mulher ser obesa e não praticar atividade física aumentam bastante o risco de ter câncer de mama. Em alguns anos, a obesidade vai sobrepor a idade como fator de risco para o câncer de mama. Por isso a importância de se cuidar, se alimentar de forma saudável e não consumir bebidas alcoólicas são formas de prevenção”, destaca. Ele também falou sobre o autoexame e a mamografia: “A maioria das lesões se forma a partir de lesões subclínicas, que são detectadas só pela mamografia. Nenhum outro exame substitui a mamografia, que é o único que vai detectar o câncer de mama precocemente”, explica Saffi.
Outra convidada, Fernanda Fernandes, trouxe um depoimento comovente: “Minha mãe faleceu de câncer de mama. Ela escondeu que estava doente durante oito anos. Minha mãe era advogada, doutora, professora, uma mulher inteligente e bonita. Descobri sem querer que ela estava com câncer de mama. Já tinha virado uma ferida no seio. Por anos me questionei o porquê de ela chegar a esse ponto. E naquele momento em que descobrimos, o câncer já tinha tomado conta do corpo. Nas conversas que tivemos, minha mãe contou que tinha muito medo de descobrir o câncer. Nunca a julguei, mas a minha mensagem é para todas as mulheres se cuidarem. Hoje faço mamografia todos os anos e faço autoexame. Minha filha de 22 anos faz. É muito importante que as mulheres não tenham medo de buscar ajuda”.
A consultora de beleza, Glaciele Blaz, participou do evento fazendo maquiagens e dando dicas de beleza. “A maquiagem ajuda a mulher a elevar a autoestima, sensação de bem-estar e a ter menos problemas de saúde”, ressalta.
“É satisfatório para o Departamento de Polícia Penal reunir as servidoras num momento alusivo ao Outubro Rosa. Elas vêm se confraternizar e receber conhecimento”, afirma. Júlio lembrou a importância de reunir tantas mulheres de diferentes departamentos. “Todos trabalham em prol da Polícia Penal. E é dessa forma que acredito que podemos construir um Departamento de Polícia Penal mais forte e competente, que venha atender a necessidade da sociedade, do Governo do Estado e da Secretaria de Segurança Pública”, pontua o coordenador regional da PPPR em Maringá, Júlio César Vicente Franco.
“Preparamos tudo com carinho, mas nada seria possível se não tivéssemos o apoio da Coordenação Regional e dos diretores de Maringá, que sempre nos auxiliam”, disse a coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento Penitenciária (Espen) em Maringá e uma das organizadoras do evento, Adriana Romano. “Ações de prevenção são muito válidas e todas as participantes tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas e ter momentos descontraídos, saindo um pouco do ambiente tenso que são as unidades penais”, finaliza Adriana.
Além da palestra, o evento também contou com música ao vivo, sorteios de brindes, almoço, dia de beleza, dicas de maquiagem e café da tarde.
Em Francisco Beltrão - O auditório da Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão (PEFB) recebeu o evento destinado às mulheres que atuam nas dependências da referida unidade penal, policiais penais do SOE, servidoras do setor de transporte, do setor administrativo e saúde, colaboradoras do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA) Novos Horizontes, Central de Credenciais, Complexo Social, terceirizadas, além da coordenação regional.
As palestras foram ministradas pelo médico ginecologista e obstetra Dr. Ricardo Mazetto; pela delegada da mulher, Emanuele Carolina Baggio, que falou sobre assédio moral, importunação sexual e estupro; pelo pastor Rafael Cardoso da Silva, da Igreja Adventista, que abordou temas relacionados a espiritualidade; e também por uma professora do CEEBJA que descobriu o câncer de mama em 2013 e segue o tratamento até hoje. Ela deu um testemunho forte de vida.
A enfermeira da PEFB, Maria Teresa Techy, relembrou às participantes a origem do Outubro Rosa e destrinchou informações sobre o autoexame, esclarecendo informações sobre a integração da Rede SUS em Francisco Beltrão com as Estratégias de Saúde da Família (ESF). “Esta campanha nada mais é do que um questionamento para a mulher: o que elas estão fazendo por elas mesmas? A rotina do dia-a-dia é bastante intensa e as vezes a saúde física e emocional acabam ficando de lado. Nós abordamos este questionamento e incentivamos as mulheres a reforçarem o autocuidado. Reforçamos a elas que todas as unidades de saúde da cidade estão preparadas com agendas disponíveis para atender estas mulheres, inclusive no turno da noite, para que todas possam se cuidar de forma efetiva e se valorizar em completo”, explica Techy.
Em Dois Vizinhos – Pertencente à regional administrativa da PPPR de Francisco Beltrão, a Cadeia Pública de Dois Vizinhos, que atende mulheres em situação de privação de liberdade, também foi palco de uma ação alusiva à campanha do Outubro Rosa. A enfermeira Cristiane Aparecida Machado Contreras Piana, acompanhada das assistentes da ESF (Estratégia Saúde da Família), Simone Aparecida Rodavelli e Juliana Alves Vieira de Farias, realizou uma palestra abordando a importância do autocuidado e do diagnóstico precoce do câncer de mama. A partir desta sexta-feira (27), tanto as servidoras quanto as pessoas privadas de liberdade (PPL) poderão fazer exames preventivos na própria unidade.