A Polícia Penal do Paraná (PPPR), por meio do Complexo Social de Cascavel realizou, na última sexta-feira (05), o evento de lançamento do Projeto Empregar e de comemoração dos dois anos do Projeto Trabalhando a Liberdade com Dignidade.

O encontro ocorreu no auditório do Complexo Social de Cascavel e contou com a participação de instituições conveniadas, autoridades do Poder Executivo e Legislativo, gestores da Polícia Penal e representantes de entidades e instituições que apoiam as iniciativas do Sistema Penitenciário local.

O Projeto Empregar tem por objetivo incluir no mercado de trabalho, por meio de convênios entre as empresas e a Polícia Penal, egressos do Sistema Penitenciário.

A iniciativa visa reduzir os danos causados pelo preconceito enfrentado, após o cumprimento da pena, por pessoas que deixaram o sistema penitenciário e que estão em busca de oportunidade de trabalho.

O projeto, pioneiro na região de Cascavel é desenvolvido pelo Complexo Social de Cascavel, ao qual integram o Patronato Penitenciário e o Escritório Social, em parceria com empresas privadas e outras instituições que apoiam a iniciativa.

Além dos egressos, familiares destes, também serão beneficiados com a implantação do projeto. Durante o evento ocorreu a assinatura simbólica com uma empresa já conveniadas para a proposta.

O evento também comemorou os dois anos de implantação do Projeto Trabalhando a Liberdade com Dignidade, uma iniciativa do Complexo Social em parceria com o Poder Judiciário, instituições públicas e privadas.

A iniciativa seleciona pessoas privadas de liberdade (PPLs) que possuem bom comportamento para trabalharem em empresas e instituições conveniadas. Todas recebem salário e são monitoradas por tornozeleira eletrônica. Apesar do regime de prisão fechado, as PPLs integrantes da proposta, permanecem em prisão domiciliar, concedida pela Vara de Execuções Penais de Cascavel.

Os participantes são conscientizados sobre o processo de monitoração, seus direitos e deveres até o final da pena.

O Coordenador da Polícia Penal em Cascavel, Thiago Correia, explica que ambos os projetos contribuem para a ampliação de ações voltadas à ressocialização, já desenvolvidas pela Coordenação Regional de Cascavel, e com isso ajudam a reduzir o retorno dessas pessoas aos presídios.

“Parabenizamos todos os envolvidos nesses projetos, desde os servidores da Polícia Penal que atuam na execução das atividades, os empresários que abraçaram esta iniciativa e estão oportunizando uma nova perspectiva de vida aos egressos e monitorados e as instituições parceiras da Polícia Penal com seu fundamental apoio”, destacou.

Conforme o diretor do Complexo Social de Cascavel, Sérgio Vicente da Silva, nestes dois anos de desenvolvimento do Projeto Trabalhando a Liberdade com Dignidade foi possível beneficiar cerca de 300 monitorados do sistema prisional. 

“O índice de retorno dessas pessoas às unidades prisionais é baixíssimo, portanto, é uma iniciativa que deu muito certo. A partir disso foi criado o projeto Empregar, que é voltado ao egresso, funcionando como mais uma oportunidade de acesso ao mercado de trabalho, com carteira assinada. Já firmamos parceria com duas empresas do município junto ao projeto e a perspectiva é que nos primeiros meses a gente consiga inserir 300 egressos no projeto”, explica.

O gestor, Walter Parcianello, que atua à frente do Projeto Território Cidadão da Prefeitura de Cascavel - uma das instituições conveniadas junto ao Projeto Trabalhando a Liberdade com Dignidade - explica que os resultados desta parceria têm sido muito positivos. 

“Nós temos entregado à sociedade a utilização da mão de obra dessas pessoas que estão cumprindo suas penas junto ao sistema prisional, mas que precisam ser reinseridas ao convívio social, então estamos dando a capacidade profissional para que eles tenham condições para isso. Agradecemos a Polícia Penal pela iniciativa e que esta parceria de prolongue por muitos anos”, ressaltou.

Uma das egressas beneficiadas pelo projeto Empregar, comenta sobre a mudança em sua vida após todo o apoio que teve por meio dos projetos desenvolvidos pelo Complexo Social de Cascavel.

“Esses projetos são muito importantes, pois quando a gente sai do sistema prisional é muito difícil entrar no mercado de trabalho, então com estas iniciativas a gente é contratado sem julgamentos com relação ao nosso passado e aos nossos erros, mas sim com foco no que a gente vai desenvolver daqui para frente. Minha intenção é crescer dentro da empresa e me profissionalizar. Com o apoio do Complexo Social também consegui passar em um vestibular em uma universidade pública. Agora tenho uma nova perspectiva de vida”, enfatiza.