Na manhã desta sexta-feira (19), a Polícia Penal do Paraná (PPPR), por meio da Regional Administrativa de Cascavel, entregou 100 unidades de casinhas para cães em situação de rua. Elas foram confeccionadas por pessoas privadas de liberdade com recursos financeiros do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comam) e doação de paletes da indústria Tuicial. O evento aconteceu na regional e reuniu autoridades, protetores e pessoas envolvidas na causa animal.

O diretor da Regional Administrativa de Cascavel da PPPR, Thiago Correia, conta que o Projeto Pipoca foi escrito por policiais penais voluntários da causa, integrantes da Organização Não Governamental (ONG) Latidos do Bem e veterinários do Setor de Bem-estar Animal da Prefeitura Municipal, com vistas a se tornar uma política pública da causa animal. 

“O que estamos fazendo é apenas um projeto embrionário e que, sem dúvidas, deve seguir como política pública não só em Cascavel, mas em todo o Brasil. Isso é a ponta do que pode se tornar algo muito grande. E o mais importante é que nós iniciamos todo esse trabalho dentro das unidades prisionais do Paraná”, destaca.

Durante o evento, a ONG Latidos do Bem apresentou ao público outros itens da linha pet que também foram produzidos no sistema prisional, no setor de costura da Penitenciária Industrial Marcelo Pinheiro Unidade de Progressão (PIMP-UP). Ao fazer uso da palavra, a presidente da Latidos do Bem, Luciana Braga, agradeceu a todos os envolvidos, especialmente aos apenados que se dedicam ao projeto, afirmando que é por meio deles que muitos animais são resgatados das ruas de Cascavel.

“Nós conseguimos abrigar inúmeros animais através deste trabalho feito aqui, conseguimos trazer alegria aos tutores que às vezes queriam mas não tinham condições de comprar uma casinha. Também é um trabalho de ressocialização, nova oportunidade e conhecimento aos apenados, enfim é um trabalho que agregou para todos nós”, afirma Braga. 

Voluntária da ONG Ampare Cascavel, Aline Sartori, explica que o projeto possibilita um trabalho social de conscientização e incentivo para ajudar animais em situação de rua, principalmente para protetoras voluntárias da causa, que muitas vezes usam do próprio recurso financeiro para investir nos resgates.

“O fato de termos essas casinhas, que possuem um valor elevado, e contarmos com pessoas que saberão dar o melhor destino a elas, além de poder divulgar este nosso projeto conjunto com a PPPR no momento das entregas destes objetos, para nós é maravilhoso”, conta. 

Uma das pessoas privadas de liberdade (PPL) implantada na produção das casinhas, conta que além da ocupação e da redução da pena pelo trabalho, o pertencimento à causa é o diferencial: “Algo que é importante lá fora e que consigo ajudar e contribuir com o meu trabalho”.
PROJETO PIPOCA –  Batizado de Pipoca, em homenagem a uma cachorrinha em situação de rua que vivia em uma unidade de Cascavel e foi adotada após ser ferida por um tiro de munição não letal, o projeto possui duas vertentes: a produção de casinhas com palete e caminhas, roupinhas e outros itens, por meio do setor de costura. O projeto teve início em 2020, na Regional Administrativa de Cascavel da Polícia Penal, e desde então, passou a funcionar com a doação de materiais feitos por voluntários das ONGs. No ano passado, o Comam destinou mais de R$ 40 mil em materiais para a construção de 900 casinhas.