Evento online do Departamento Penitenciário do Paraná debate a prevenção ao suicídio 29/09/2020 - 13:20

No mês do Setembro Amarelo, um evento online do Departamento Penitenciário do Paraná fez com que servidores da instituição refletissem as maneiras de prevenir o suicídio. A videoconferência ocorreu na tarde desta terça-feira (29/09) e foi organizada pela Escola de Formação e Aperfeiçoamento Penitenciário (ESPEN).

A instituição ainda lançou uma Cartilha de Prevenção ao Suicídio, escrita pela psicóloga do Departamento Penitenciário do Paraná, Analu Zimmermann. Foi ela, inclusive, quem comandou o bate-papo, que contou com a participação de agentes penitenciários e gestores de unidades prisionais, os quais puderam fazer questionamentos e comentários.

Já no início da explanação, a psicóloga relatou números da Organização Mundial de Saúde (OMS), que diz que a cada ano mais de 800 mil pessoas cometem suicídio, o que corresponde a uma morte a cada quarenta segundos. “Além disso, para cada suicídio existem muitas outras tentativas, o que faz com que este seja um assunto de suma importância”, destacou Analu.

O assunto, que ainda é abordado com certo receio por muitos, precisa ser mais vezes temas de conversa, segundo a psicóloga. “Nós não devemos parar de falar do suicídio, pelo contrário, devemos falar muito, mas precisamos falar de forma responsável, com todo o cuidado,  mostrando sempre onde procurar ajuda, já que a informação é uma forma de prevenção”, afirmou.

Dentre os participantes, estava o agente Julio Cezar de Modesti, que fez questão de relatar sua experiência pessoal em relação ao tema. “O problema não é expor, mas ignorar a doença que você tem e se você estigmatizar, não falar do assunto, você só vai piorar o problema. A real doença que causa isso nem sempre é perceptível, até mesmo quem sofre por ela”, contou.

DEPRESSÃO - O "mal do século XXI”, como já foi chamada pela OMS, é uma doença silenciosa e, por vezes, incompreendida. Para o diagnóstico, a ajuda de profissionais especialistas em saúde mental é importante, porém, para muitos, um tabu. “Ninguém tem vergonha de dizer que vai ao dentista, mas a maioria tem receio de dizer que vai ao psicólogo ou ao psiquiatra”, afirmou Analu.

Porém, ela lembrou que buscar ajuda destes profissionais é importante também para prevenir qualquer problema, uma forma de auto-conhecimento. “Nós não estudamos as emoções, não aprendemos a dar lugar aos nossos sentimentos, mas achamos que sabemos tudo sobre elas. A depressão é um reflexo que envolve questões biológicas, individuais, sociais, psicológicas, culturais e ambientais”, explicou a psicóloga.

ACOLHIDA - O importante, segundo ela, é que as pessoas se atentem a quem está ao seu redor, como amigos e familiares. “Se perceber que alguém precisa de ajuda, acolha. Muitos ficam com medo de perguntar e não saber o que responder, mas o que o outro quer é somente ser ouvido, ser acolhido”, destacou Analu.

CARTILHA - A cartilha escrita pela própria Analu Zimmermann tem 51 páginas de informações sobre a campanha do Setembro Amarelo, o suicídio na história do mundo, como abordar o assunto conforme as orientações da OMS, entre outros assuntos. 

REFORÇO DE PROFISSIONAIS - Recentemente, a Secretaria da Segurança Pública anunciou a contratação de 85 profissionais, entre médicos psiquiatras e/ou especialistas, psicólogos e assistentes sociais, os quais atenderão não somente os profissionais da Segurança Pública como também os seus dependentes.

Um programa na área está sendo desenvolvido e o objetivo é que estes novos profissionais se apresentem para trabalhar no fim do mês de outubro.

GALERIA DE IMAGENS